Produtores de goiaba querem formar central de comercialização

por Honorio Barbosa

Os produtores de goiaba da região Centro-Sul estão se mobilizando para implantar uma Central de Comercialização da fruta. A ideia é obter o apoio do escritório regional do Sebrae e das secretarias municipais de Agricultura para enfrentar o preço imposto pelos atravessadores. Nos últimos três anos, a área cultivada da fruta foi ampliada de 10 hectares para 100 hectares e os municípios de Jucás e Cariús são atualmente os maiores produtores respondendo por 50% da produção regional. 

O crescimento da demanda e o preço que ainda se mantém favorável estão incentivando produtores da agricultura familiar dos vales dos rios Jaguaribe e Bastiões e de outras áreas férteis, na região Centro-Sul do Ceará, a produzirem goiaba irrigada. A fruta caiu no gosto dos agricultores e dos consumidores. A produção sequer atende o mercado regional.

Havia uma expectativa de aumento das áreas de plantio no ano passado, mas a seca e outros fatores contribuíram para que se mantivesse o quadro atual. “Houve uma estabilização, parando a onda de crescimento”, observa o agrônomo e ex-secretário de Agricultura de Jucás, José Teixeira Neto. “A saída é a formação da Central de Comercialização para que os produtores articulem preço e quantidade definida de venda para a região do Cariri e Fortaleza”.

Há três anos, Teixeira incentivou a produção de goiaba nos municípios de Cariús e Jucás. A ideia deu certo e hoje são as duas maiores áreas produtoras. Depois vem Iguatu com 30 hectares, Quixelô e Icó, com 10 hectares, cada. “O preço está bom, mas pode ser melhorado e o mercado é amplamente favorável”, frisou. “O momento atual exige organização”. Recentemente, representantes de uma empresa vieram a região com o objetivo de comprar 25 toneladas por semana, mas os produtores ainda não estão preparados para atender a essa demanda.    

A cultura da goiaba tem produção crescente até o quarto ano, quando ocorre a estabilização. No primeiro ano, produz de 5 a 7 toneladas (t) por hectare, no segundo chega a 15t e no terceiro a 25t. No quarto ano, alcança de 40 a 50 toneladas. O preço hoje da caixa de 25 quilos de goiaba para mesa está em torno de R$ 25,00, mas para polpa cai para R$ 15,00 e para a indústria de doces reduz para R$ 13,00.