CE: aumenta fatia de mulheres entre ocupados

De acordo com dados do Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres aumentaram a sua participação no mercado de trabalho cearense, de 36,4%, em 2000, para 41%, em 2010. Por sua vez, os homens tiveram sua fatia reduzida, de 63,6% para 59%.

O maior equilíbrio é resultados de outros dados mais específicos. De todas as mulheres economicamente ativas do Estado, ou seja, com 10 anos ou mais de idade e aptas a trabalhar, 37,47% estavam inseridas, em 2010, no mercado de trabalho. Dez anos antes, esse percentual era de 31,35%. Entre os homens, a mesma comparação registrou uma queda de 58,8% para 57,75%.

Preferência

Apesar dos avanços, ainda é notável que, na hora do recrutamento, a preferência é por eles. Conforme o censo, mesmo com menor número de pessoas em condições de trabalhar (1,377 milhão contra 1,984 milhão), as mulheres são mais escolarizadas que os homens. Desse total, 173 mil (12,6%) já eram graduadas em 2010. Enquanto isso, os homens de nível superior são 110 mil (5,6%).

Apesar de terem aumentado a participação no mercado de trabalho no Estado, as mulheres ainda recebem menos do que os homens em profissões de todos os níveis de instrução. A maior disparidade é entre os cearenses que possuem ensino superior completo. Enquanto os homens recebiam, em 2010, em média, R$ 4.616,79, as mulheres recebiam R$ 2.526,21. No Brasil, a situação é semelhante. O salário médio do trabalhador masculino era de R$ 4.866,53, e o feminino, de R$ 2.706,75.

Entre os cearenses que possuem entre nível médio completo e superior incompleto, o salário médio dos homens era de R$ 1. 241,21. Já as mulheres com o mesmo grau de instrução recebiam em média R$ 774,03 em 2010, segundo o IBGE.

No nível fundamental completo, também há disparidade entre o salário médio dos trabalhadores masculinos (R$ 751,86) e femininos (R$ 476,12). Quanto aos que não têm instrução ou tem nível fundamental incompleto, a remuneração média dos homens era de R$ 557,18. E a das mulheres, de R$ 411,13.

Nacional


A entrada de mais mulheres no mercado de trabalho contribuiu para o aumento no nível de ocupação no País, que saltou de 47,9% para 53,3% na passagem de 2000 para 2010. Embora o nível de ocupação entre as mulheres ainda seja menor do que entre os homens, houve um crescimento de 24% no período: de um patamar 35,4% em 2000 para 43,9% em 2010.

Segundo o IBGE, o aumento na escolaridade feminina contribuiu para o resultado. "Todos os sentidos levam a esse impulso de aproveitamento da mulher no mercado de trabalho. Elas têm maior escolaridade do que os homens", explicou Vandeli Guerra, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Já o nível de ocupação entre os homens aumentou apenas ligeiramente (3,5%), passando de 61,1% para 63,3%. No entanto, o nível de ocupação das mulheres permaneceu inferior ao dos homens em todas as faixas etárias, inclusive entre crianças e adolescentes. "Isso se reflete no nível de escolarização maior das meninas", apontou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho do IBGE. "Quanto mais alto o nível de instrução da mulher, maior a propensão de entrar no mercado de trabalho", completou ele.

Em 2010, o nível da ocupação entre as mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto ficou em 36,9%. Na faixa de mulheres com ensino superior completo, o nível de ocupação salta para 78,2%. "Mais do que dobra", frisou.

Variação

37% das mulheres economicamente ativas no Estado estavam inseridas, em 2010, no mercado de trabalho. Dez anos antes, o percentual era de 31,35%