IPCA em Fortaleza é o 2º maior do País; passagem aérea é vilã
Preços de bilhetes de voos, cujos trechos incluem Fortaleza, registraram um aumento de 17,81% no IPCA de novembro, na comparação com os valores de outubro
Impulsionada principalmente pelo aumento das passagens aéreas, a inflação em Fortaleza, para o mês de novembro, foi registrada em 0,72%, de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado supera a média nacional, calculada em 0,6%, e é a segunda maior entre as cidades que participaram do levantamento, perdendo apenas para Belo Horizonte (MG), com 1,27%. Por sua vez, os bilhetes de voos que incluem a capital cearense apresentaram uma alta de 17,81% em novembro, a maior do País, confirmando, assim, o que foi publicado pelo Diário do Nordeste na última segunda-feira, em matéria que denunciava a cobrança de tarifas abusivas por parte das principais companhias aéreas brasileiras.
Com os resultados de novembro, a inflação em Fortaleza chega a 5,36% no acumulado do ano (entre janeiro e novembro) e a 5,88% nos últimos 12 meses.
Alimentos
Entre os itens, também chama a atenção o aumento do preço da farinha de mandioca em Fortaleza, registrado em 15,65% (66,53% no acumulado do ano). Subiram também a linguiça (6,47%), o arroz (4,85%), o açúcar refinado (2,09%) e a banana-prata (2,23%).
Em relação aos que apresentaram queda, destacaram-se os produtos do grupo de tubérculos, raízes e legumes: tomate (-24,77%), cebola (-19,4%), cenoura (-10,35%) e batata-inglesa (-5,91%).
Nacional
A um mês do fechamento do ano, a inflação oficial de novembro ficou em 0,60% para o País, acima do esperado pelo mercado e superior ao 0,59% de outubro. Apesar de pressionarem menos, devido à melhora climática, os alimentos continuam com preços elevados, diz a coordenadora do IPCA, Eulina Nunes dos Santos. Embora o tomate tenha levado a culpa pela alta de preços em boa parte desse ano, o legume que mais subiu foi a batata inglesa.
´Diário do Nordeste mostrou no dia 3 deste mês que os bilhetes aéreos para destinos como a Capital cearense estão cada vez mais caros
Com o resultado, o IPCA acumulado de janeiro a novembro atingiu 5,01%, superando o centro da meta para o ano todo, de 4,5%. O número, porém, ainda ficou abaixo dos 5,97% registrados no mesmo período acumulado do ano passado. "Os alimentos perderam o fôlego. Eles vinham muito acelerados, mas continuaram em alta expressiva. O que tivemos foi crescimento em ritmo menor em alguns itens importantes como carne, arroz e quedas como a do tomate", disse a coordenadora.
Por outro lado, outros itens como empregado doméstico, energia e gasolina avançaram em novembro, ajudando a manter a taxa em um patamar mais elevado. Entre os produtos não-alimentícios, a maior alta em novembro, porém, foi de passagens aéreas (11,80%). Diante do consumo aquecido, a inflação do segmento serviços pulou de 0,51% em outubro para 0,82% em novembro. Já os preços monitorados pelo governo subiram de 0,25% para 0,54%, na esteira de aumentos no preço da energia e nos combustíveis.
Para dezembro, Eulina espera ainda impactos residuais no IPCA, provocados pelos aumentos no preço de energia elétrica do Rio de Janeiro e no preço dos cigarros. Esse último produto registrou alta acumulada de 20% até o mês anterior, e ainda terá seus preços reajustados em quatro estados. Em 12 meses a inflação acumulada é de 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos 12 meses anteriores, elevada pela alta dos alimentos.
Previsão
A expectativa é de que em dezembro a taxa repita a alta de novembro, de acordo com a consultoria LCA. "O grupo alimentação e bebidas retomará aceleração em dezembro, por conta da forte pressão sazonal do subgrupo alimentação fora do domicílio, bem como pelas altas esperadas de feijão, batata-inglesa, tomate, frutas, aves e ovos", disse em nota. A taxa estimativa é que o IPCA feche o ano ainda dentro da margem de tolerância de dois pontos percentuais do centro da meta do governo: 4,5%.
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