São Paulo. O cenário permanece otimista para os assalariados no próximo ano, com previsão de que seus ganhos repitam os reajustes conquistados este ano. Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado de Oliveira, a média de ganho real, acima da inflação, deverá ser superior a 2%, em 2013.

A projeção leva em conta o quadro econômico que se desenha para o próximo ano, melhor do que o de 2012, acredita Oliveira. "Embora as incertezas internacionais, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, tenham reflexos na economia brasileira, as medidas que o governo adotou, como a redução da taxa de juros, política de recuperação do salário mínimo, com reajuste de 14% em 2012, aliadas à taxa de desemprego baixa, à inflação convergindo para o centro da meta, de 4,5%, e à projeção de crescimento do PIB entre 3,5% e 4%, em 2013, favorecem a economia interna para o próximo ano".

O coordenador do Dieese aponta o desempenho do setor industrial como sinal de recuperação do ritmo de crescimento do País. "A indústria vem demonstrando retomada do crescimento desde julho. Esse avanço na indústria se reflete na melhora dos demais setores", avalia.

Abaixo de 2012

Segundo Oliveira, em 2013 os aumentos reais não deverão atingir o mesmo patamar do primeiro semestre de 2012, quando a média do ganho real foi de 2,23% - a melhor da série histórica desde 1996. Oliveira acredita que o ganho real médio deverá fechar 2012 nesse nível. O coordenador de Relações Sindicais do Dieese comenta que nas mesas de negociação não se discute mais a reposição da inflação aos salários, como ocorria no passado. "Hoje, a discussão é em torno do aumento real, a incorporação da inflação ao reajuste é automática, geralmente a medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)".