Bom Futuro projeta aumento de 15% na colheita do algodão, com recorde de produção
Para a safrinha de 2024, a empresa prevê um segundo ano consecutivo de colheita recorde
Empresa instalada em Mato Grosso espera colher 192 mil hectares até 25 de agosto, data estimada para finalizar os trabalhos de campo
Por Isadora Camargo — Campo Verde (MT)
Para a safrinha de 2024, companhia prevê um segundo ano consecutivo de colheita recorde, que deve gerar 1,7 milhão de fardos — Foto: Isadora Camargo
A colheita de algodão de segunda safra de 2024 está em sua fase inicial em Mato Grosso, principal produtor do país. Ali, um dos maiores conglomerados agropecuários do mundo, a Bom Futuro, antecipou a coleta da pluma e está aproveitando as altas temperaturas para, nos próximos dez dias, passar dos 15% colhidos nas 32 unidades que a companhia possui no Estado.
Para a safrinha de 2024, a empresa prevê um segundo ano consecutivo de colheita recorde, que deve gerar 1,7 milhão de fardos de algodão, alta de 15% em relação ao volume total do ano passado, de 1,5 milhão de fardos.
Em tamanho de área, a Bom Futuro irá colher 192 mil hectares até 25 de agosto, data estimada para finalizar os trabalhos de campo. Para o mesmo período de 2025, o crescimento estimado é de 10% a 11% em área, que passará a 212 mil hectares.
Mas este não é o maior aumento de plantio da companhia, que de 2023 para 2024 saiu de 158 mil hectares para os atuais 192 mil, um salto de 21%. O projeto de incremento foi suportado por uma substituição de milho segunda safra a favor da pluma e espaço aberto pela soja, cuja safra enfrentou problemas causados pela estiagem no Centro-Oeste.
“A soja finalizou o ciclo mais cedo e liberou espaço para o algodão de segunda safra já no início de janeiro deste ano. E a área de milho, de 70 mil hectares, foi reduzida em 30% em prol do grande projeto do algodão”, detalha o gerente de parcerias agropecuárias da Bom Futuro, Nahzir Okde.
Grupo também investe em subprodutos, como o caroço de algodão — Foto: Isadora Camargo
Ele acrescenta que, enquanto a seca frustrou a safra de soja, o algodão conseguiu se beneficiar das altas temperaturas. “A colheita começou há 12 dias e isso é um bom sinal, pois o algodão vegetou mais rápido, o que já evidencia um maior potencial produtivo”, explica.
Segundo Okde, como a pluma é o carro-chefe da Bom Futuro, em ano de extremos climáticos acentuados como este, plantas de soja prejudicadas pela falta de chuva foram colhidas antes, o que permitiu o plantio do algodão em um melhor período para o desenvolvimento da cultura.
Somados aos motivos de protagonismo da fibra estão os preços melhores em comparação aos grãos e o maior rendimento por hectare.
Na Bom Futuro, o aumento da área plantada com algodão este ano acompanhou a realidade do Estado, que cresceu cerca de 20% de 2023 para 2024. Atualmente, Mato Grosso responde por 82% da pluma no país.
Mercado externo
No ano em que o Brasil se transforma no maior exportador de algodão, a empresa confirma que produtores mato-grossenses já preferem plantar a pluma no lugar do milho safrinha pela maior rentabilidade e resistência à seca.
Atualmente, 90% do que é beneficiado na Bom Futuro segue para exportação. O principal mercado é o asiático, com China e Índia na ponteira dos principais importadores.
Para a empresa, o algodão deve ser aproveitado 100%, o que faz a Bom Futuro mirar nos sub-produtos, como o caroço, de onde vem extraindo óleo para geração de biocombustível.
Embora seja uma fatia ainda irrisória dos negócios do grupo, a ideia é que sirva para abastecer as unidades da empresa e, futuramente, para venda a indústrias de fontes de energia limpa.
https://globorural.globo.com/agricultura/algodao/noticia/2024/07/bom-futuro-projeta-aumento-de-15percent-na-colheita-do-algodao-com-recorde-de-producao.ghtml
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