Com melhora da indústria e comércio exterior, movimentação de contêineres bate recorde no bimestre
Indústria brasileira vive um momento de reaquecimento, segundo a Antaq.
Segundo dados da Antaq, período teve o melhor desempenho da série histórica para a navegação de cabotagem e a de longo curso, que inclui exportações e importações.
Por Vinícius Leal, GloboNews
Transporte por contêineres atinge recorde no Brasil
O Brasil bateu recorde na movimentação de contêineres em navios, nos dois primeiros meses de 2024.
O crescimento do setor portuário é de 11,44%, só no mês de fevereiro. A informação está no Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), uma publicação periódica que a agência divulga nesta quinta-feira. O documento foi obtido com exclusividade pela GloboNews e g1.
O perfil de mercadorias transportadas por contêineres no Brasil inclui produtos industrializados, e isso sinaliza que a indústria brasileira vive um momento de reaquecimento, segundo a Antaq.
O mês janeiro já havia sido positivo para o setor aquaviário e o resultado de fevereiro confirmou a tendência. A quantidade de contêineres transportados é o que puxa os números para cima.
No primeiro bimestre, a navegação no país transportou 1,99 milhão de contêineres, uma alta de 18%. O desempenho também é recorde nas três modalidades que compõem este indicativo: im-portações, exportações e cabotagem.
Nas importações, 677 mil contêineres da medida padrão internacional (20 pés de comprimento x 8 pés de largura x 8 pés de altura) foram transportados no período, uma alta de 19% em relação ao primeiro bimestre de 2023;
Em exportações, foram 660 mil contêineres, uma alta de 20%, na mesma base de comparação;
Pela navegação de cabotagem, a que é feita entre os portos do país, foram 662 mil contêine-res, alta de 18%.
Considerando só o mês de fevereiro, o país movimentou 99,83 milhões de toneladas de cargas totais, frente a 89,58 milhões de toneladas em fevereiro de 2023.
Além dos contêineres, foi registrado aumento de cargas sólidas e líquidas. As mercadorias que se destacaram foram o minério de ferro (+17,85%), o petróleo e derivados (+16,23%) e a soja (+19,70%).
Em relação às cargas conteinerizadas, esta movimentação atingiu 11,2 milhões de toneladas, uma alta de 29,19% para o mês, comparada a fevereiro do ano passado, e de 24,5% em quantidade de contêineres, na mesma base de comparação mensal.
Desse total, 7,7 milhões de toneladas foram movimentadas em longo curso (importações e expor-tações) e 3,4 milhões de toneladas por cabotagem.
"Tivemos algumas culturas ali que se destacaram, como algodão, açúcar e café. Então, essas mercadorias juntamente com uma volta do aquecimento da indústria, foram responsáveis por esse crescimento nesses 2 primeiros meses do ano. Agora nós vamos acompanhar para ver se essa tendência se confirma ao longo do ano", afirma o diretor-geral da agência nacional, Eduardo Nery.
O Estatístico Aquaviário da Antaq explica que a retomada da movimentação de contêineres consi-dera os últimos quatro anos.
Em 2021, ano de pandemia, houve transporte significativo de mercadorias por esta modalidade. Em 2022, foi verificada uma queda. Em 2023, o desempenho ficou estagnado neste patamar. E agora, em 2024, os percentuais de aumento voltaram a ficar expressivos.
Granéis sólidos e líquidos
Os granéis sólidos, que representam 58,1% do total de tudo que é movimentado pelos portos, apresentaram crescimento de 11,48% frente a fevereiro de 2023. Foram 58 milhões de toneladas registradas em fevereiro deste ano, com destaque para dois principais: minério de ferro e soja.
Granéis líquidos também apresentaram alta, que atingiu 7,47% em comparação com o mesmo mês de 2023. Por sua vez, as cargas gerais apresentaram um recuo de 1,53% durante o mês frente a fevereiro do ano passado.
Exportações e Importações
A movimentação de cargas de longo curso, que considera as exportações e importações brasilei-ras, foi de 69,1 milhões de toneladas em fevereiro de 2024, um crescimento de 13,59% em com-paração com o mesmo período do ano passado.
As exportações cresceram 15,11%, enquanto as importações cresceram 6,87%.
A quantidade de contêineres que partiram ou chegaram do exterior, em janeiro e fevereiro deste ano, mostra que o Brasil fez mais negócios com a China, União Europeia e América do Norte, do que no ano passado. Foram 342 mil contêineres, 231 mil e 174 mil, respectivamente.
Houve crescimento na corrente de comércio, em quantidade de contêineres, entre Brasil e quase todos os blocos de países, exceto Ásia (sem China), Sudeste Asiático e Oriente Médio.
No caso da China, principal parceiro comercial do Brasil, a movimentação de contêineres nos dois sentidos apresentou crescimento de 38,5% em comparação com o primeiro bimestre de 2023.
Portos públicos e privados
Os Terminais de Uso Privado (TUPs) registraram 66,14 milhões de toneladas em fevereiro de 2024. O número representa um aumento de 10,89% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Já o destaque percentual entre os cinco TUPs que mais movimentaram no mês fica para o termi-nal Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que registrou crescimento de 14,28%, com 10,65 milhões de toneladas movimentadas.
Já os portos públicos movimentaram 33,69 milhões de toneladas no segundo mês de 2024. O número representa aumento de 12,55% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O porto de maior movimentação no mês foi o de Santos, com 11,11 milhões de toneladas, regis-trando um aumento de 32,42% frente ao mesmo período de 2023. O porto foi responsável por 33% de toda a movimentação portuária pública do mês.
A navegação interior, no entanto, caiu 5,27% em fevereiro, atingindo uma movimentação de 6,68 milhões de toneladas. Do mesmo modo, houve recuo nas operações de carga feitas em apoio portuário (-9,42%) e marítimo (-3,53%).
https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/04/12/com-melhora-da-industria-e-comercio-exterior-movimentacao-de-conteineres-bate-recorde-no-bimestre.ghtml
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