Servidores indiciados pela PF tinham salários de R$ 7,9 mil a R$ 26,1 mil
Cinco foram exonerados e cinco afastados após Operação Porto Seguro.
Priscilla MendesDo G1, em Brasília
Os salários dos dez servidores do governo federal que foram indiciados pela Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta (23), vão de R$ 7,9 mil R$ 26,1 mil, conforme folha de pagamento disponibilizada pelo Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU). O teto do funcionalismo é de R$ 26,7 mil.
Até esta terça-feira (26), cinco servidores públicos foram exonerados e cinco afastados após a PF deflagrar a operação, que apura um suposto esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos com a finalidade de beneficiar empresas privadas.
Quem recebia a maior remuneração entre os dez servidores é José Weber Holanda Alves, segundo na hierarquia da Advocacia-Geral da União (AGU). De acordo com dados do Portal da Transparência, no mês de setembro ele recebeu o salário bruto de R$ 26,1 mil (com descontos, o líquido ficou em R$ 20,1 mil).
Alves é suspeito de receber propina para liberar parecer em favor do ex-senador Gilberto Miranda (AM), interessado em regularizar uma ilha no litoral de São Paulo. Sua exoneração do cargo de adjunto do Advogado-Geral da União foi publicada na edição desta segunda-feira
(26) do Diário Oficial.
O diretor de hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, tem a segunda maior remuneração bruta entre os indiciados: R$ 23,8 mil (com descontos, R$ 16,7 mil). Vieira, que antes da ANA era analista de finanças e controle do Ministério da Fazenda, ainda recebe um adicional de R$ 2,6 mil por participar do conselho da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o Porto de Santos. Apontado como o chefe da quadrilha pela Polícia Federal, Paulo Vieira foi afastado do cargo e está preso.
Glauco Alves Cardoso Moreira, procurador-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), recebia – ainda de acordo com dados do Portal da Transparência – R$ 24,9 mil (líquido de R$ 17,4 mil). Sua exoneração foi publicada nesta terça-feira.
Já o irmão de Paulo Vieira, Rubens Carlos Vieira – diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Anac –, recebe R$ 23,7 mil (líquido de R$ 16,6 mil). Ele também foi afastado e está preso.
Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, recebia R$ 11,1 mil (com descontos, R$ 8,5 mil). Ela é considerada "peça chave" do esquema pela Polícia Federal e foi exonerada a pedido da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Os demais servidores públicos indiciados foram Evangelina de Almeida Pinho, assessora da Secretaria de Patrimônio da União (remuneração bruta de R$ 9,9 mil ou líquida de R$ 7,4 mil); Ênio Dias Soares, chefe de gabinete da Antaq, (salário de R$ 9,2 mil ou líquido de R$ 7,6 mil); Jailson Santos Soares, ouvidor da Antaq (recebia R$ 9,2 mil ou R$ 7,1 mil com descontos); Esmeraldo Malheiros Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação (remuneração bruta de R$ 8,5 mil ou líquida de R$ 6,7 mil) e Márcio Alexandre Barbosa Lima, funcionário do Banco de Dados do Ministério da Educação (salário de R$ 7,9 mil bruto ou R$ 5,9 mil líquido).
Embora não indiciada na Operação Porto Seguro, a filha de Rosemary, Mirelle Nóvoa Noronha Oshiro, também deixará o cargo na Anac, a pedido. No órgão, ela ocupava cargo comissionado de assessora técnica e recebia salário bruto de R$ 8.625,61 (líquido de R$ 6.697,79).
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