Desemprego cai em apenas dois estados no 4º trimestre de 2023, diz IBGE

No ano, o país também bateu recorde de população ocupada, com mais de 100,7 milhões de trabalhadores.

Na média anual de 2023, foram 26 das 27 unidades da federação que registraram queda de desocupação.

Por Raphael Martins, g1

Carteira de Trabalho — Foto: Divulgação Seteq

A taxa de desemprego no Brasil caiu em duas das 27 unidades da federação (UFs) no quarto trimestre de 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado mostra uma desaceleração gradual da formação de empregos ao longo de 2023. Mas, nas médias anuais, foram 26 das 27 UFs em que foram registradas quedas das taxas de desocupação em relação a 2022. (veja mais abaixo)

No último trimestre de 2023:

Rio de Janeiro (de 10,9% para 10%) e Rio Grande do Norte (de 10,1% para 8,3%) foram os únicos em que o desemprego teve queda estatística significativa;

Em Rondônia (de 2,3% para 3,8%) e no Mato Grosso (de 2,4% para 3,9%) houve alta;

Nas demais UFs não foi registrada variação significativa.

O Brasil encerrou o trimestre terminado em dezembro com taxa de desemprego em 7,4%, patamar mais baixo para o período desde 2014 e com recorde histórico de trabalhadores ocupados. No trimestre anterior, a taxa de desocupação era de 7,7%.

"Diversos estados do país apresentaram tendência de queda, mas só em dois deles a retração foi considerada estatisticamente significativa", explica a coordenadora de pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy.

Em janeiro, o IBGE mostrou que a taxa média de desemprego no Brasil em 2023 foi de 7,8%. Esse é o menor patamar desde 2014, quando a taxa foi de 7%. O resultado representa uma redução em relação aos números registrados em 2022, quando a taxa média de desemprego foi de 9,3%.

Nesta sexta-feira, o instituto fez o balanço regional do resultado, que mostra que 26 das 27 unidades da federação registraram queda da taxa de desocupação. Os destaques positivos foram o Acre (-4,9 p.p.), o Maranhão (-3,5 p.p.) e o Rio de Janeiro e Amazonas (ambos -3,2 p.p.).

O único estado em que a taxa cresceu no ano passado foi Roraima (1,7 p.p.). Segundo o IBGE, o número de pessoas em busca de trabalho no estado cresceu 38,5% no ano, o que aperta o mercado de trabalho no período.

Na média, a população desocupada do país teve queda de 17,6%, chegando a 8,5 milhões de pessoas na média. Além da alta em Rondônia, o estado de Mato Grosso do Sul ficou estável. As demais 25 UFs registraram queda, com destaque para o Acre (-45,7%), o Espírito Santo (-34,1%) e o Maranhão (-29,7%).

No ano, o país também bateu recorde de população ocupada, com mais de 100,7 milhões de trabalhadores. Entre os estados, o indicador subiu em 22 UFs e a liderança do ranking ficou com o Amapá, uma alta de 8,6%.

Em relação à participação dos estados na população ocupada, São Paulo lidera com quase um quarto de toda a população ocupada no país (24,3%). Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,1%), Bahia (6,0%), Paraná (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,8%) vêm em seguida.

Veja abaixo mais destaques da pesquisa anual:

Empregados com carteira de trabalho no setor privado aumentaram 5,8%. Registraram queda o Rio Grande do Norte (-8,4%), Rondônia (-6,2%), Tocantins (-4,0%) e Acre (-1,3%).

Empregados sem carteira assinada no setor privado aumentaram 5,9%. Registraram queda Acre (-26,1%), Rondônia (-15,2%) e Mato Grosso (-7,4%).

Trabalhadores por conta própria tiveram alta de 0,9%. Registraram queda 15 UFs, com destaque para o Pará (-8,2%) e o Tocantins (-6,6%).

Trabalhadores domésticos cresceram 6,1%. Registraram queda 8 UFs, com destaque para Roraima (-22,2%), Amazonas (-18,9%) e Distrito Federal (-12,5%).

Taxa anual de informalidade do país passou de 39,4% para 39,2%. Maranhão (56,5%) tem a maior, enquanto Santa Catarina (26,4%) tem a menor.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/02/16/desemprego-cai-em-dois-estados-no-4o-trimestre-de-2023-diz-ibge.ghtml