Banco Central manterá política de juros 'vigilante', diz Tombini

'Se preciso for, faremos ajustes no instrumento para cima ou para baixo', diz.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, declarou nesta quinta-feira (22), durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, que a autoridade monetária manterá uma política monetária (definição da taxa de juros) "vigilante". 

Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira, está em 7,25% ao ano (mínima histórica). Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado formado pela diretoria e presidente do BC que fixa a Selic, realizada em outubro, o BC indicou que aquele seria o "último corte" do ciclo de reduções - que teve início em agosto de 2011.

Após esta indicação do BC de que os juros iriam parar de cair, o mercado financeiro ajustou suas expectativas para a taxa básica de juros e passou a prever manutenção no atual patamar de 7,25% ao ano até o fim de 2013. Portanto, o mercado acredita que os juros permanecerão inalterados no atual patamar na reunião do Copom marcada para a próxima semana - a última deste ano.

"Estamos em outro ambiente no custo do dinheiro no país e as taxas de juros refletem isso. Reduzimos 525 pontos [os juros] neste período [desde agosto de 2011]. Estamos em outro intervalo, mais próximo do que ocorre no resto do mundo. Mas o ciclo monetário permanece. Se preciso for, faremos ajustes no instrumento para cima ou para baixo, como definido no regime de metas de inflação", declarou Tombini, sem citar prazos.

'Inflação sob controle'
Na avaliação do presidente do Banco Central, a inflação está sob controle no Brasil, mesmo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficando acima de 5% em 2012 e com previsão para que isso aconteça novamente neste ano.

"Haverá um menor crescimento de preços administrados [tarifas públicas, por exemplo] em 2013. A política monetária [definição da taxa de juros] se manterá sempre vigilante. A nossa projeção do BC é de convergencia para inflação ao redor da meta no proximo ano e no centro da meta no terceiro trimestre de 2013", declarou ele.