Ceará terá R$ 1,4 bi de crédito para desenvolver o semiárido em 2013
Fortaleza. Um crédito de, pelo menos, R$ 1,4 bilhão está sendo ofertado para investimento no semiárido em 2013 pelos bancos do Brasil e do Nordeste. O aporte recorde privilegia a agricultura familiar, especialmente o pequeno produtor de baixa renda.
O maior volume de recursos é prometido pelo BNB, com R$ 1,2 bilhão, com diversas linhas de crédito, mas com destaque para o Pronaf semiárido e o Pronaf B, destinado para agricultores de baixa renda. Neste ano, até outubro, houve linhas de crédito no valor de R$ 1,1 bilhão e um total de R$ 1 bilhão em 2011.
Já o Banco do Brasil tem planejado R$ 200 milhões para o Ceará. No período de janeiro a outubro de 2011 o BB investiu R$ 87,8 milhões no agronegócio cearense. No mesmo período de 2012, o BB investiu R$ 98 milhões, o que representa um crescimento de 11,6% de crédito.
O gerente executivo da Célula de Desenvolvimento Territorial do BNB, José Wellington Tomaz, disse que as linhas de crédito são simples e cada vez mais desburocratizadas.
No caso das linhas do Pronaf, os interessados devem se dirigir a qualquer unidade bancária onde há um assessor para orientar sobre o encaminhamento de documentos para agilizar a aprovação do crédito necessário, através de uma assessoria em cada agência.
"Evidentemente que há ainda um rigor muito grande na liberação de recursos, uma vez que somos um banco público e temos que nos submeter às regras estabelecidas pelos órgãos reguladores. No entanto, cada vez mais há um esforço de se diminuir as exigências", disse José Wellington.
Disponibilidade
O Banco do Nordeste disponibiliza como principais ofertas de crédito para o semiárido, além do Pronaf, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria do Nordeste (FNE-Agrin), Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca (FNE-Aquipesca), Programa de Financiamento a Sustentabilidade Ambiental (FNE-Verde), Programa de Financiamento para o Setor Comercial (FNE-Comércio)e o Programa FNE Empreendedor Individual (FNE-EI). O BNB prioriza a contratação de projetos no semiárido, destinando, no mínimo, 50% dos recursos do FNE para aplicação nesta região.
O BNB prioriza o apoio aos mini, micro e pequenos empreendedores, destinando 51% dos recursos do FNE para este público. Além disso, tem atenção especial para a contratação de projetos de maior efeito gerador na promoção de renda e de emprego para a região Nordeste.
Já o BB possui 54 linhas de créditos diferentes para o Agronegócio, das quais 17 são direcionadas para beneficiários do Pronaf e 37 para demais produtores. Uma é exclusiva para Pronaf-semiárido.
Juros
Quando é para uma atenção exclusiva à região, o BB oferece investimentos em projetos de convivência com o semiárido, focado na sustentabilidade dos agroecossistemas, destinados à implantação, ampliação, recuperação ou modernização da infraestrutura produtiva. Os juros são baixos: até R$ 18 mil, fica em 1% a.a.
O gerente de agronegócios do Banco do Brasil no Ceará, Paulo Sucupira, destaca que o crédito vêm aumentando a cada ano, independente das secas, da precariedade na assistência técnica e, especialmente, da inadimplência.
O Banco do Brasil tem concentrado bastante esforço à agricultura familiar. Atualmente está em negociação uma parceria com a Ematerce, no sentido de fortalecer a produção familiar no Ceará, priorizando investimentos em projetos de convivência com a região do semiárido.
Negociação
No Estado, registra-se hoje um percentual de 10% de inadimplentes, maior do que a média brasileira de 2%, mas há negociações especiais com prazo de até 10 anos e carência de mais três para o pagamento da dívida. Muitos casos de inadim-plência são decorrentes da falta de assistência técnica, conforme diz Paulo Sucupira.
Segundo o gerente, o banco disponibiliza crédito para o pequeno, médio e grande produtor. Com dívidas ou não, sugere que os interessados devem procurar as agências em cada municípios, onde o atendimento encaminhará os pleitos.
MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
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