Déficit da conta externa fica estável, mas se aproxima de US$ 40 bilhões

Valor, porém, foi totalmente financiado por investimentos de US$ 55 bilhões.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O déficit em transações correntes (balança comercial, serviços e rendas), um dos principais indicadores das contas externas brasileiras, somou US$ 39,5 bilhões de janeiro a outubro deste ano, o que representa queda marginal frente ao resultado negativo apurado em igual período do ano passado (-US$ 39,8 bilhões), segundo números divulgados nesta quinta-feira (22) pelo Banco Central.

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De acordo com os dados da autoridade monetária, o déficit foi totalmente "financiado" pelo ingresso de US$ 55 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira nos dez primeiros meses de 2012 - o que já representa o segundo melhor resultado da série histórica do BC, que tem início em 1947.

Componentes das contas externas
Os números do BC mostram ainda que o déficit só não cresceu neste ano por conta da das remessas de lucros e dividendos ao exterior - que recuaram em cerca de 40%. De janeiro a outubro deste ano, as remessas totalizaram US$ 17,7 bilhões, contra US$ 29,2 bilhões em igual periodo de 2011.

Por outro lado, a crise financeira também gerou piora na balança comercial, que registrou um superávit de US$ 17,3 bilhões de janeiro a outubro deste ano, contra um saldo positivo de US$ 25,4 bilhões em igual período de 2011. 

O outro componente das contas externas brasileiras, a conta de serviços, apresentou pequena piora neste ano. De janeiro a outubro de 2012, o resultado negativo da conta de serviços, na qual estão incluídas, por exemplo, as viagens de brasileiros ao exterior, somou US$ 33,47 bilhões, contra um resultado negativo de US$ 31,5 bilhões em igual período de 2011.