Brasília. O ministro Guido Mantega (Fazenda) e a presidente da Petrobras, Graça Foster, indicaram ontem (21) que o preço da gasolina pode subir, mas não deram detalhes. Questionado sobre o assunto, Mantega afirmou que "no momento certo haverá atualização" dos preços.

Foster, por sua vez, disse que o aumento para o ano que vem não está descartado. "Evidentemente que se espera um aumento. O aumento não esta descartado definitivamente. Mas não temos confirmação exata nem previsão", disse.

Segundo assessores da presidente Dilma Rousseff ouvidos pela reportagem, a estatal pleiteia reajuste de 12% a 15% do diesel e da gasolina em 2013. Nos planos da estatal, a dúvida seria se o aumento viria em fevereiro de uma vez só ou se seria dividido em dois, em fevereiro e em agosto.

Conforme Graça Foster, o reajuste no preço dos combustíveis depende da relação entre o câmbio e a cotação do petróleo no exterior. "Se o (petróleo tipo) brent continuar nos patamares em que está ou mais elevado, se houver uma depreciação do real maior do que a que temos hoje, nós teremos uma necessidade mais premente de elevação de combustível", disse.

Caixa

O objetivo dos reajustes é aumentar a receita da estatal, afastando o risco de interrupção de investimentos e obras. Mantega e Foster, no entanto, fizeram coro para afastar as dúvidas do mercado sobre a saúde financeira da Petrobras. Ambos afirmaram que a empresa não enfrenta problemas de caixa. "Estamos muito bem com o caixa", destacou Graça Foster.

Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, o ministro Guido Mantega garantiu que a empresa não possui dificuldade de caixa e disse que uma eventual "atualização" dos preços dos combustíveis virá no momento certo. "Conheço a fundo o caixa da Petrobras. É o maior caixa das empresas brasileiras. Temos que ficar felizes que o custo do combustível não está crescendo", afirmou.

Diversificação

Graça Foster também frisou que a estatal é "muito mais que gasolina e diesel". "A Petrobras tem uma gama de mais de 100 produtos, tem atividades no Brasil e no exterior. É um mix que dá à Petrobras estabilidade econômica para que a gente continue conduzindo as nossas atividades comerciais", avaliou.

Produção

A presidente da estatal disse ainda que a companhia deve voltar a registrar, já a partir de dezembro, uma produção média ligeiramente superior a dois milhões de barris por dia. "Isso significa para nós um reforço bastante grande de caixa", afirmou. Segundo ela, apesar das dificuldades ligadas a paradas programadas nos meses de agosto, setembro e outubro, o ano de 2012 foi o maior em termos de investimentos para a companhia.

"Hoje a fotografia do caixa, a fotografia dos investimentos está absolutamente harmonizada. O que eu estou deixando absolutamente claro é que hoje há uma perfeita harmonia entre o caixa da Petrobras saudável e a sua capacidade de investimento", disse a executiva.

Produção

2 milhões de barris por dia deve ser a produção média da Petrobras já a partir de dezembro, o que, segundo Foster, significa um reforço no caixa da estatal