Ações ordinárias do Bradesco têm maior queda diária desde o Plano Real

Papéis do banco caíram mais de 16% e lideraram as piores perdas do Ibovespa nesta quarta-feira

Por Por G1

Agência do Bradesco em Mangabeira — Foto: Bradesco/Divulgação

A queda no resultado do Bradesco no terceiro trimestre penalizou as ações do banco nesta quarta-feira (9). O banco liderou as perdas do Ibovespa na sessão e encerrou o pregão com recuos de 16,01% nas ações ordinárias (com direito a voto) e de 17,38% nas preferenciais (sem direito a voto) – as maiores quedas registradas pelos papéis do banco em mais de duas décadas.

Segundo levantamento feito pela TradeMap, as ações ordinárias do banco não tiveram nenhuma queda superior à desta quarta desde o Plano Real. Já os papéis ordinários registraram uma única queda mais acentuada, de 19,49%, em 10 de setembro de 1998 – dia em que a bolsa brasileira tombou mais de 15%, em meio à crise financeira russa e a um forte aumento da Selic.

A queda desta quarta acontece depois que o banco divulgou, na véspera, seu balanço do terceiro trimestre, que apontou queda de mais de 20% no lucro líquido em relação a igual período de 2021.

O resultado, segundo o banco, reflete o fraco desempenho da margem financeira com o mercado, afetada pelo patamar elevado dos juros básicos no país, o aumento da provisão para devedores duvidoso (reserva feita pela instituição para cobrir eventuais calotes), e o impacto da deflação no resultado financeiro de seguros.

O cenário também acabou contaminando outros papéis do setor financeiro, que é o de maior participação no Ibovespa. Além do Bradesco, os outros grandes bancos listados na bolsa também encerraram a sessão desta quarta-feira no vermelho, com investidores ainda na expectativa pela divulgação dos resultados do Banco do Brasil e do Itaú Unibanco.

O Santander , que divulgou seu balanço trimestral em outubro, também registrou uma queda de mais de 20% no lucro do terceiro trimestre.

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