Petrobras oferece R$ 558,2 milhões por área em Porto de Santos que previa lance mínimo de R$ 1

Empresa foi a única proponente no leilão realizado nesta sexta-feira (19). Investimento previsto é de R$ 678 milhões.

Por Reuters

Fachada da sede da Petrobras no Rio de Janeiro — Foto: Agência Petrobras / Stéferson Faria

A Petrobras resolveu nesta sexta-feira (19) problemas logísticos que tinha na movimentação de combustíveis no Porto de Santos com a vitória no leilão de uma área no terminal pela qual ofereceu outorga de R$ 558,25 milhões, em um contrato de 25 anos.

A empresa foi a única proponente no leilão da área STS08A no Porto de Santos, que tinha o valor de R$ 1 definido em edital como preço mínimo. O investimento previsto é de R$ 678 milhões, com a construção de dois novos berços de atracação.

Representantes do governo presentes no leilão afirmaram que o certame realizado nesta sexta-feira foi o maior já realizado no setor portuário do país nos últimos 20 anos. Limitada capacidade de movimentação de granéis líquidos é um dos principais gargalos do Porto de Santos.

A área vizinha à STS08A, STS08, não teve interessados e o Ministério de Infraestrutura afirmou que ela será reavaliada para ser colocada em leilão futuramente.

Segundo a gerente executiva de desenvolvimento de negócios de logística da Petrobras Andrea Damiani, presente no leilão, até agora a empresa vinha tendo que trabalhar na área por meio de renovação de contratos a cada seis meses.

"Isso encerra um capítulo muito complexo...São quatro refinarias conectadas a este terminal em Santos e este leilão era muito esperado. Temos agora 25 anos de estabilidade jurídica", afirmou a executiva após o leilão.

Questionada sobre o valor da oferta da Petrobras ante o valor mínimo definido no edital, Damiani negou que o preço ofertado, que poderá ser pago ao longo de cinco anos, tenha sido excessivo.

"Pagamos um valor adequado para a garantia da operação da Petrobras, é um valor sustentável", afirmou a executiva durante entrevista à imprensa.

Ela explicou que a operação de quatro refinarias da empresa no Estado de São Paulo dependem do terminal para escoamento de derivados, daí a importância atribuída pela companhia para a àrea leiloada.

"A Petrobras veio preparada para uma competição. Não tínhamos como saber antes quantas ofertas e os valores nos envelopes", disse Damiani.

Presente no leilão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que desde 2019 o país soma "quase R$ 14 bilhões em investimento contratado em terminais portuários" e reiterou que o governo trabalha com a perspectiva do leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) no primeiro trimestre de 2022.

O ministro disse ainda que, durante a ida da comitiva brasileira aos Emirados Árabes, a privatização do Porto de Santos foi o tema mais discutido pela pasta junto a potenciais interessados.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/11/19/petrobras-oferece-r-5582-milhoes-por-area-em-porto-de-santos-que-previa-lance-minimo-de-r-1.ghtml