Pagamento do 13º deve injetar R$ 5,31 bilhões na economia cearense

Na ponta oposta, o comércio apresenta expectativa bastante otimista com as vendas de fim de ano

Escrito por Redação

Estimativa do Dieese prevê que 2,8 milhões de pessoas sejam beneficiadas, entre trabalhadores do setor privado, servidores e beneficiários do INSS. Camilo anuncia pagamento da segunda parcela do 13º no dia 15 de dezembro

Legenda: Volume de vendas do comércio local já supera expectativas, segundo Freitas Cordeiro. Para ele, Natal será farto - Foto: José Leomar

O pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 5,31 bilhões na economia cearense até o fim do ano. Segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 2,8 milhões de pessoas no Estado receberão um valor médio de R$ 1.758,64.

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, ontem (4), o governador Camilo Santana anunciou que o pagamento da segunda parcela do 13º de 181 mil servidores estaduais ativos, aposentados e pensionistas será paga no próximo dia 15 de dezembro. Segundo ele, o repasse, juntamente com o pagamento dos salários referentes a novembro e dezembro totalizarão R$ 2,45 bilhões em circulação.

O conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), Ricardo Eleutério, lembra que a injeção, já esperada todo ano, é bem-vinda especialmente durante a pandemia e com a proximidade do fim do auxílio emergencial. Ele acredita que esse recurso deve contribuir para manter ou ainda melhorar a dinâmica da atividade econômica.

"Essa semana, o IBGE divulgou o resultado do PIB do terceiro trimestre, que teve um crescimento de 7,7% em relação ao segundo. Mas para o quarto trimestre, a expectativa é que esse crescimento seja de apenas 1% em relação ao terceiro. Nós teremos uma desaceleração", aponta.

Uso dos recursos

Ele aconselha que os beneficiários do 13º salário permaneçam com uma postura cautelosa e aproveitem o recuso extra para pagamento de dívidas e criação de uma poupança.

"A partir de 2021, os estímulos monetários e fiscais dados durante a pandemia deverão ser gradativamente retirados. Muitas pessoas perderam renda parcial ou totalmente, o desemprego cresceu muito no País e ainda pode crescer. Então, é aconselhável essa prevenção", orienta. Ainda assim, ele admite que parte deve ir para o consumo, embora menor que em anos anteriores.

Expectativa

Na ponta oposta, o comércio apresenta expectativa bastante otimista com as vendas de fim de ano e com o estímulo dado pelo pagamento do 13º salário. Freitas Cordeiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), revela que os resultados do setor nas últimas semanas já têm sido surpreendentes considerando o contexto da pandemia.

"Nós estamos com resultados que não esperávamos. Foi surpreendente, imaginávamos cenários bem mais sombrios. Não tínhamos ideia do que viria. É sinal que as ações emergenciais, tanto do Governo Federal quanto estadual, conseguiram trazer um momento de alento", avalia.

Ele ainda acrescenta que, no varejo, não há o que reclamar. "Os empregos foram preservados, a oferta está crescendo, as vendas também, o e-commerce está se desenvolvendo e superando expectativas, teremos um Natal gordo. É um momento muito positivo pra todo mundo", destaca.

Cordeiro afirma que a única preocupação dele é com 2021, com o fim das medidas emergenciais e a possibilidade de uma segunda onda de contaminação. "Não é querendo ser pessimista, mas ninguém pode negar que os indicadores estão piorando", diz. 

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