CENTRO-SUL: Cresce mercado de bolos

Iguatu Um segmento comercial vem crescendo em cidades do Interior da região Nordeste nos últimos três anos: a venda de bolos. A todo instante os clientes compram o produto em casas especializadas, em mercadinhos e supermercados. Mole e fofo e de sabor variado, nata, milho, manteiga, macaxeira, abacaxi, rocambole, pudim, a guloseima vem conquistando a preferência dos consumidores.

O fenômeno de venda se espalha em todo o sertão nordestino e também chega às capitais. "É um segmento comercial que encontrou consumidores que preferem adquirir o produto pronto ao invés de prepará-lo em casa, com maior trabalho e custo", disse o presidente da Associação Comercial de Iguatu, Henrique Costa.

A analista do Sebrae, Lenildes Chaves, observa que a vida cotidiana do corre-corre em que a esposa tem de dividir o tempo com atividades profissionais externas, cuidar dos filhos e outros afazeres, faz com que as consumidoras prefiram adquirir o produto pronto. "As donas de casa não são mais como no tempo da vovó", disse. "As vendas de bolo vêm crescendo de forma extraordinária. O preço é conveniente e o produto tem qualidade".

Ela observa que as padarias estão investindo mais no setor de confeitaria e há uma tendência de que alguns procuram abrir seu próprio negócio. "Essa é uma boa oportunidade", aponta Lenilde Chaves.

Nesta cidade, há dois anos e meio, foi instalada a Casa do Bolo. O empreendimento logo fez sucesso. As vendas não param de crescer e a clientela permanece fiel. O gerente, Gilvan Leitão de Araújo, acredita que o êxito deve-se a um conjunto de fatores. "Preço, qualidade e bom atendimento", disse. "Essa é a nossa receita". A receita de preparação dos bolos com gostinho caseiro não é revelada de jeito nenhum. "É segredo profissional e não podemos falar", disse Gilvan Araújo. "Muitos querem saber, porque dizem que o nosso bolo é muito gostoso". O sabor de maior preferência é o de milho. "Esse é o campeão de vendas, o mais procurado".

A Casa do Bolo é uma espécie de franquia que começou na cidade de Natal (RN). A receita, entretanto, foi adquirida junto a um fabricante da cidade de Campina Grande (PB), que, até hoje, permanece com a produção de venda de bolos. O empresário começou a atividade na capital Potiguar e logo abriu novos pontos de venda em decorrência do sucesso rápido.

Depois, espalhou para outras cidades no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco, e há cerca de três anos chegou ao Ceará. A porta de entrada foi Iguatu, em seguida Icó, Quixadá e agora foi aberta uma nova unidade em Fortaleza.

O gerente não informa o nome do empresário que idealizou a produção de bolo em escala industrial e nem a quantidade vendida na unidade local. "Também é segredo", disse. Estima-se que são comercializados cerca de dez mil bolos por mês. O preço do produto é convidativo, R$ 6,00. A dona de casa Lindalva Pereira disse que, duas vezes por semana, compra bolo que é disputado pedaço por pedaço em casa. "Meu marido e filhos gostam muito do bole mole.Rapidinho se acaba", contou.

Nesta cidade, a boleira Acilene Medeiros produz há 20 anos um bolinho fofo com a marca Deolinda. O produto é vendido em mercearias e mercadinhos e mantém um bom índice de aceitação entre os consumidores. "É feito com amor e produtos de primeira qualidade", disse. Por mês, são produzidas mil unidades do alimento.

A tradição em fabricar bolos é familiar. No Sítio Barra, zona rural de Iguatu, a avó Deolinda, fabricava bolos e biscoitos. O gosto pela profissão e o aperfeiçoamento das receitas permaneceram com a mãe Dalila e agora os filhos Acilene e José Medeiros mantêm viva a história da família. "O mercado está muito concorrido, mas quem oferta produto de qualidade conquista a preferência dos clientes", disse Alcilene, que também faz bolos sob encomenda para aniversários, casamentos e eventos diversos.

Mais informações:

Casa do Bolo, (88) 9626.8408
Bolos Deolinda, (88) 3581. 0649

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER