Setor de vestuário e calçados perde espaço para os importados.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Pelo segundo mês consecutivo, as vendas de automóveis foram altas e a normalização dos estoques fez voltar a produção nas fábricas, impulsionando o crescimento da indústria brasileira, ainda que de forma tímida. A alta é pequena, mas vem em ritmo ascendente: 0,3% em julho contra 0,2% em junho, e contra resultados negativos nos três meses anteriores, informou nesta terça-feira (4) André Luiz Macedo, gerente da Coordenação da Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ele explicou ainda que outros produtos beneficiados pela isenção do IPI, como eletrodomésticos e móveis, também reduziram seus estoques e voltaram a ser produzidos, ajudando na leve alta no desempenho da indústria brasileira em julho.

Na comparação com julho de 2011, a produção industrial teve recuo de 2,9%, uma queda em ritmo menor que os registrados nos meses anteriores (abril, -3,5%; maio, -4,4% e junho, -5,6%) Uma explicação pode ser o fato de julho de 2012 ter tido um dia útil a mais do que igual mês de 2011, disse Macedo.

O melhor desempenho em julho, comparado com junho, teve o auxílio ainda da melhora na produção agrícola, principalmente do açúcar, disse Macedo.

Impediram alta
Setores que impediram uma alta melhor em julho foram vestuários e calçados, que sofrem a competição com produtos importados, e as motocicletas, que tiveram produção paralisada devido a férias dos trabalhadores do segmento, explicou o gerente do IBGE.

“A produção industrial mostra pelo segundo mês consecutivo variação positiva, as categorias de bens de consumo duráveis e bens de capital avançaram em magnitude acima da média da indústria nacional. Mas os resultados negativos de março, abril e maio são superiores do que os ganhos observados nos últimos dois meses”, disse Macedo.

Segundo o pesquisador, as categorias de bens de capital e bens consumo duráveis mostraram índices positivos em junho e julho, o que é um bom sinal nesses segmentos porque pode significar mais investimentos e maior ampliação do parque produtivo.