Número de famílias endividadas cresce pelo 3º mês seguido, diz CNC
Número de inadimplentes também subiu, de 21% para 21,3%.
O percentual de famílias brasileiras endividadas aumentou para 59,8% em agosto, informou nesta terça-feira (28) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a entidade, é o terceiro mês seguindo de alta. Em julho, o índice era de 57,6%.
Segundo a CNC, porém, o número de famílias endividadas continua em patamar inferior ao verificado em agosto do ano passado: 62,5%. O levantamento inclui dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros.
De acordo com o órgão, também cresceu, em agosto, o número de famílias com dívidas ou contas em atraso. As inadimplentes, que eram 21% em julho, foram a 21,3% em agosto. No mesmo mês de 2011, esse percentual era de 24,4%.
O levantamento, entretanto, aponta recuo no índice de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas em atraso. Elas eram 7,3% no mês passado e agora são 7,1%. Em agosto de 2011, o percentual era de 8,2%.
“As políticas de estímulos ao crédito e à aquisição de bens duráveis [adotadas pelo governo federal] continuam exercendo impacto moderado sobre o número de famílias endividadas, que apresenta a terceira alta consecutiva neste mês”, afirma a CNC no documento, ressaltando que o índice de agosto é o mais alto de 2012.
Por faixas de renda
Segundo a entidade, o aumento no número de famílias endividadas foi verificado nas duas faixas de renda analisadas pelo estudo. No caso das famílias com renda inferior a dez salários mínimos, o percentual de endividadas subiu de 58,6% em julho para 61,1% agosto.
No caso daquelas com renda superior a dez salários mínimos, o índice foi de 50,5% para 53,6% no mesmo intervalo.
Em agosto de 2011, o percentual de famílias do primeiro grupo com dívidas era de 64,2%. Entre as do segundo grupo, 52,6%.
O cartão de crédito é o principal tipo de dívida, atingindo 73,2% do total das famílias pesquisadas. Os carnês vêm em segundo lugar, com 18,9%, seguido pelo financiamento de automóvel, com 12,4%.
A CNC informa ainda que foi verificado entre julho e agosto aumento de inadimplência apenas entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, que passou de 22,4% para 23,7%. Em ambas as faixas, porém, os índices continuam inferiores ao de agosto de 2011.
Ainda no grupo de renda mais baixa, houve aumento entre aquelas que disseram não ter condições de pagar as dívidas: de 8% para 8,4%. Na comparação anual, o índice continua mais baixo também em ambas as faixas. No total de famílias, aquelas que se disseram “muito endividadas” subiram de 14,1% para 16,3% entre julho e agosto.
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