"É a fé que empurra nossa caminhada", diz peregrina que andou 16 horas até a Colina do Horto

O ato, classificado pelo grupo como uma demonstração de “fé e devoção”, já é realizado há quatro anos consecutivos

Legenda: Durante o percurso, os peregrinos contaram com o apoio de três carros e uma ambulância Foto: VcRepórter

Escrito por Honório Barbosa

Um grupo de 59 romeiros andou cerca de 70km entre Várzea Alegre a Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, para pagar "graças alcançadas"

Movidos pela fé, um grupo de 59 peregrinos fez uma caminhada entre o Sítio Coité, na zona rural de Várzea Alegre, e a Colina do Horto, em Juazeiro do Norte, onde está erguida a estátua do Padre Cícero.

O percurso estimado em 70 km foi realizado, neste fim de semana, em cerca de 16 horas. Os peregrinos chegaram ao Horto no início da manhã deste domingo (25). 

O ato, classificado pelo grupo como uma demonstração de “fé e devoção”, já é realizado há quatro anos consecutivos. A maioria deles carrega no caminhar histórias de superação e “milagres alcançados”. O agricultor Joaquim Bezerra, de 65 anos, é um deles. Ele conta que se curou de uma doença e caminhou "até Juazeiro para agradecer”.  

“É a fé e o ânimo de todos que nos contagiam e nos empurram a caminhar”, acrescentou a servidora pública, Diomar Francelino, peregrina que participou pela primeira vez da caminhada que vem ganhando novos adeptos a cada ano. Em 2017, o grupo era composto por 12 pessoas. No ano seguinte, foram 17 romeiros a percorrer o trajeto e, no ano passado, 56.  

Durante o percurso, os peregrinos contaram com o apoio de uma equipe de três carros que levaram suprimentos e água, além de uma ambulância com uma enfermeira. A cada 5km, eles paravam para hidratação.  

Rotina de fé   

O aposentado Francisco Chagas, 65 anos, é um dos que esteve presente nas quatro caminhadas. Apesar da idade, ele diz ter “muita força de vontade e disposição”. Neste ano, não agradeceu nenhuma graça “específica”, mas ressalta ter inúmeros motivos a agradecer.  

Já o agricultor Francisco Alves fez o trajeto pela primeira vez neste ano. Segundo ele, viver da roça é uma provação constante. “Tenho minha fé e minha promessa, sempre acreditei em Deus”, disse, sem detalhar a graça alcançada. “Deu certo, próximo ano irei de novo”.   

Devido aos protocolos sanitários exigidos na pandemia, o grupo afirma ter se utilizado de máscaras e, a ida ao Horto, foi “agendada, para manter todos os cuidados”, pontua Diomar.  

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