Morre o escritor Rubens Fonseca, aos 94 anos no Rio de Janeiro
Escritor sofreu um infarto na tarde desta quarta-feira (15)
Rubem Fonseca autor de grandes títulos literários, completaria 95 anos no dia 11 de maio
Morre, aos 94 anos, o escritor Rubem Fonseca
Por Redação
Autor sofreu um infarto na tarde desta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro; ele completaria 95 anos em menos de um mês
Rubem Fonseca completaria 95 anos no dia 11 de maio
Um dos maiores escritores do País, Rubem Fonseca morreu, aos 94 anos, na tarde desta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro.
O autor sofreu um infarto perto da hora do almoço, no apartamento em que residia, no Leblon. Levado imediatamente ao hospital Samaritano, faleceu lá. Ele completaria 95 anos em menos de um mês.
Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 11 de maio de 1925, José Rubem Fonseca formou-se em Direito, tendo exercido várias atividades antes de se dedicar inteiramente à literatura.
Atravessou um longo período na carreira policial, na qual ingressou ocupando o cargo de comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, ainda em terras cariocas.
Um dos melhores estudantes da Escola de Polícia, se destacou profissionalmente pela percepção apurada da psique humana, uma visão psicológica dos infortúnios das pessoas. As experiências então vivenciadas foram depois traduzidas por ele em sua obra.
Ao viajar para estudar nos Estados Unidos, em 1954, cursou também Administração e Comunicação, nas Universidades de Nova York e de Boston. De volta ao Brasil, atuou na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, ministrando aulas sobre seu campo de trabalho.
LITERATURA
Iniciou a trajetória literária escrevendo contos, reunidos depois no livro "Os Prisioneiros", lançado em 1963. A partir daí, seu impulso criador não parou mais. Publicou clássicos incontornáveis, como "A Coleira do Cão", "Lúcia McCartney", "O Caso Morel", "Feliz Ano Novo","A Grande Arte", adaptado para o cinema pelo próprio autor, dirigido por Walter Salles Jr.; Buffo & Spallanzani; "Agosto", dentre muitos outros.
Pela qualidade literária, ganhou inúmeros e importantes prêmios, dentre eles o Jabuti, Goethe e o Luís de Camões. Em suas obras, geralmente são retratados personagens à margem da sociedade, como assassinos e prostitutas, representados num cenário marcado pela violência explícita e por uma alta voltagem sexual.
A mescla entre fatos históricos e ficção é outra característica da pena de Rubem, além da linguagem crua e sem rodeios.
CINEMA
Profundamente interessado na sétima arte, escreveu também roteiros para filmes, muitos deles premiados, como "Stelinha", de Miguel Faria, que ganhou o Kikito de Ouro, no Festival de Gramado, e "A grande arte", vencedor do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Um dos filhos, José Henrique Fonseca, é cineasta, tendo dirigido filmes como "Heleno" e "O Homem do Ano".
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