Iguatu Além da seca, da falta de alimento para o rebanho e da reduzida oferta de milho do Programa de Venda em Balcão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os criadores da região Centro-Sul enfrentam longa fila para receber o produto. A direção técnica da Ematerce recebeu reclamação da demora e solicitou da Conab ações para solucionar o problema.

Desde setembro passado, quando o milho chega ao armazém da Conab, nesta cidade, centenas de produtores rurais aguardam durante a noite e a manhã seguinte para tentar obter sacas do grão para alimentar o rebanho. Às vezes, o tempo de espera ultrapassa duas noites e dois dias, de acordo com reclamação dos criadores. Os aborrecimentos são constantes.

Na sexta-feira passada, em reunião com técnicos da Ematerce, da Adagri, diretores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Iguatu e criadores, o diretor técnico da Ematerce, Walmir Severo, ouviu diversas queixas sobre a demora para a entrega do milho aos criadores da região. O encontro era para tratar sobre a mobilização para a campanha de vacinação contra a febre aftosa.

Várias queixas foram apresentadas e Severo esclareceu que caberia ao STR formalizar denúncia por escrito à Ematerce e à Conab. "O sindicato é o órgão fiscalizador e defensor dos agricultores", disse. "Somos governo e entidade parceira da Conab, mas não podemos aceitar que o atendimento aos produtores rurais não seja bom", afirmou. Segundo ele, a Ematerce cedeu servidores à Conab para ajudar no serviço de venda de milho aos criadores. "Parceria significa diálogo e busca de solução comum", disse. "Vamos solicitar planejamento e melhor atendimento, pois é preciso definir com antecedência quem vai receber o milho e em que quantidade, pois sabemos que o estoque é insuficiente para a demanda".

Na reunião da última segunda-feira, em Fortaleza, no Conselho Integrado de Combate à Estiagem, Walmir Severo manteve entendimento com o superintendente da Conab, no Ceará, Francisco Agenor Pereira, com o objetivo de solucionar o problema verificado na unidade de Iguatu. "Houve entendimento e esperamos que a partir das próximas remessas de milho essa questão estará resolvida", disse Severo, que anunciou a necessidade de recadastramento dos criadores a partir da campanha de vacinação contra a febre aftosa neste mês de novembro.

O superintende da Conab, no Ceará, Agenor Pereira, disse que em outras unidades a entrega do milho está funcionando normalmente e não há reclamação. "Os criadores recebem em suas cidades nos escritórios da Ematerce, a Guia de Recolhimento da União (GRU) e após o pagamento vão ao armazém receber o milho", explicou. "Dessa forma, não há fila e nem espera durante a noite. A partir da próxima semana, esse modelo será implantado em Iguatu".

Agenor Pereira ressaltou que o esforço da Conab é para atender da melhor maneira possível os criadores e que o problema verificado nesta cidade será resolvido de imediato. "Iguatu vai seguir o planejamento conforme o estoque do milho. Os boletos emitidos vão para os municípios evitando o deslocamento antecipado dos produtores rurais".

A Conab no Ceará contratou 63 mil toneladas de milho e desse total já chegaram aos armazéns 46 mil toneladas. Faltam 15 mil toneladas. A companhia está contratando mais 38 mil toneladas do grão. Atualmente, o número de criadores cadastrados é de 37 mil. Após a campanha da aftosa haverá novo cadastro feito pela Ematerce e somente os criadores que vacinaram o gato participarão da Venda em Balcão da Conab.

Beneficiados

37 mil é o número de criadores cadastrados no programa do milho na Conab. Os grãos são destinados à alimentação do rebanho neste período de seca

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER