CPI da Enel: Decon diz que empresa é de "péssima qualidade"; companhia se defende
Os indicadores figuram entre os piores, dentre as principais concessionárias do país
Conforme a Enel disse ao O POVO, ações para melhoria do serviço são frequentes
Autor Carlos Holanda
Enel Ceará ocupa a 23ª posição entre as operadoras com mais de 400 mil unidades consumidoras Crédito: FCO FONTENELE
Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) que apura supostas irregularidades na prestação dos serviços da Enel, o secretário-executivo do Decon, promotor de Justiça Hugo Vasconcelos Xerez, fez duras críticas à empresa. Ele falou aos deputados nessa quinta-feira, 26
“Nós que compomos o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor temos segurança em afirmar que o histórico que a Enel vem prestando no Ceará é de péssima qualidade. Os indicadores figuram entre os piores, dentre as principais concessionárias do país", avaliou ele, segundo quem o rastro deixado pela Enel é "de tristeza" e de "mal serviço" para os clientes.
Conforme Xerez, o número de reclamações aumenta a cada ano ao passo que a empresa demonstra incapacidade de resolver as insatisfações. O presidente da CPI, deputado Fernando Santana (PT), afirmou que os trabalhos do colegiado caminham para o fim, mas não antes da convocação de algum representante da Enel.
Após trabalho de comissão independente, o Decon concluiu ser injustificável o aumento da tarifa ocorrido em abril de 2022. A empresa não teria tido déficit durante a pandemia de covid-19, razão pela qual a elevação da taxa em 24,85% seria uma medida descabida. De 2020 a 2021, a receita da Enel cresceu em 43,9%.
O MP cearense ressaltou ainda que, de 1 a 5 em nota de satisfação, a empresa recebeu da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 2,2. Procurada por O POVO, a Enel respondeu que possui plano de ação para a melhoria permanente do serviço prestado aos consumidores do Ceará.
"Como resultado, a empresa diminuiu em 77% o número de reclamações da distribuidora, publicadas no site da Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, entre 2020 e 2022. No mesmo período, a distribuidora reduziu em 26% as reclamações na plataforma Consumidor.Gov.Br, ampliando em 12% o nível de satisfação dos clientes", afirmou a empresa em nota ao O POVO.
"Atualmente, em setembro de 2023, a Enel Ceará ocupa o segundo lugar no ranking de mais resoluções de consultas entre as 27 maiores distribuidoras do país e o 4º lugar no ranking de satisfação", ressaltou ainda. Confira a íntegra da nota abaixo.
A instalação da CPI
O pedido para instalação da CPI da Enel foi apresentado em 28 de fevereiro deste ano. De modo inédito, recebeu apoio de todos os 46 parlamentares da Casa. À época, Fernando Santana afirmou que o colegiado não promoveria caça às bruxas, realizando uma apuração das centenas de milhares de denúncias e reclamações recebidas. A saída da empresa do Ceará foi outro fator para o qual ele chamou atenção naquele mês.
“Qual o intuito de sair do Ceará? Como ela justifica o aumento da tarifa alta? Como ela justifica a falta de investimentos? Como ela justifica essas centenas de milhares de denúncias e reclamações sendo que ela nunca nem chegou perto do vermelho? A lucratividade dela é aboluta”, argumentou.
Confira nota na íntegra
A Enel Distribuição Ceará informa que possui um plano de ação para a melhoria permanente do serviço prestado aos consumidores do Estado.
Como resultado, a empresa diminuiu em 77% o número de reclamações da distribuidora, publicadas no site da Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, entre 2020 e 2022. No mesmo período, a distribuidora reduziu em 26% as reclamações na plataforma Consumidor.Gov.Br, ampliando em 12% o nível de satisfação dos clientes. Atualmente, em setembro de 2023, a Enel Ceará ocupa o segundo lugar no ranking de mais resoluções de consultas entre as 27 maiores distribuidoras do país e o 4º lugar no ranking de satisfação.
Nos últimos cinco anos, de 2019 até agora, a empresa investiu mais de R$ 5,1 bilhões em sua área de concessão, dos quais cerca de R$ 886 milhões foi aplicado apenas no primeiro semestre desse ano. Como resultado dos investimentos, a distribuidora registrou avanços expressivos nos índices de qualidade medidos pela agência reguladora do setor elétrico, a ANEEL. De junho do ano passado a junho desse ano, a empresa reduziu em 12,9% a duração média das interrupções (DEC por Unidade Consumidora) e em 9,4% a frequência média das interrupções de energia (FEC por Unidade Consumidora). Entre os investimentos realizados, a empresa entregou, nos últimos dois anos, oito novas subestações, nos municípios de Pindoretama, Pacatuba, Itarema, Paracuru, Itapipoca, Itaperi, Porteiras e Fortaleza. A distribuidora ressalta que seguirá investido constantemente na modernização da rede elétrica com foco na melhoria da qualidade do serviço.
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