Ceará chega a 24 açudes sangrando; veja regiões com melhor situação hídrica

Os acumulados registrados na bacia hidrográfica do Litoral foram os mais expressivos dos últimos dias

Autor Marcela Tosi 

Açude Araras, o quarto maior do Ceará, está com 73,6% da capacidade total(foto: Emanuell Coelho / Especial para O POVO) 

No Sertão Central, o açude São José I, em Boa Viagem, tornou-se o primeiro da bacia do Banabuiú a verter em 2023 

No Ceará, 24 açudes atingiram a capacidade máxima de armazenamento e estão sagrando nesta segunda-feira, 20. Na mesma data de 2022, o Estado tinha dez reservatórios vertendo. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), as chuvas registradas neste fim de semana geraram bons volumes de água, principalmente em reservatórios das regiões Norte, Sul e Litoral.

O Sertão Central também recebeu bons aportes. Com isso o açude São José I, em Boa Viagem, tornou-se o primeiro da bacia do Banabuiú a verter em 2023.

"A situação dos recursos hídricos hoje no Ceará é bem melhor do que no ano passado. A gente tinha um armazenamento da ordem de 4 bilhões de metros cúbicos (m³) de água e hoje estamos com 6 bilhões de m³", aponta Ramon Rodrigues, secretário-executivo dos Recursos Hídricos.

Os acumulados registrados na bacia hidrográfica do Litoral foram os mais expressivos dos últimos dias. Na região, já são cinco açudes monitorados sangrando: Mundaú, Gameleira, Quandú, São Pedro Timbaúba e Poço Verde. Em apenas uma semana, a reserva acumulada na bacia passou de 62% para 80%.

A Região Metropolitana também chama a atenção com seis reservatórios vertendo: Acarape do Meio, Aracoiaba, Germinal, Itapebussu, Pesqueiro e Tijuquinha. Rodrigues aponta que a expectativa é de que a região chegue a 100% da capacidade de armazenamento. Atualmente, esse valor está em 66%.

Para o secretário, a expectativa é importante para que o Ceará tenha reservas que garantam todos os usos durante o segundo semestre de 2023. Caso a bacia Metropolitana chegue ao máximo, o abastecimento humano da região com maior população ficará garantido e não haverá necessidade de transferir águas do Interior.

"Essa água ficando no Interior abastece aquelas populações e também (dá a possibilidade) de trabalhar com irrigação e com indústria, ou seja, gerar emprego e renda", completa Rodrigues.

Os maiores açudes do Ceará

Dos quatro maiores reservatórios do Estado, apenas o Araras, na Bacia do Acaraú, encontra-se em situação bastante confortável, com 73,6% da capacidade, expõe o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias. O açude Orós está com 47,5%; o Castanhão, com 20,6%; e o Banabuiú, com apenas 10%.

Farias explica que para que aconteçam aportes significativos é necessário que as chuvas ocorram de forma contínua e no local adequado. 

O quadro de reservação hídrica ainda varia de região para região. Bacias como a do Coreaú (86,2%), Acaraú (70,2%) e Metropolitana (66,1%) contrastam com as regiões hidrográficas do Banabuiú (11,8%) e Sertões de Crateús (13,4%).

“Isso decorre de uma das principais características do nosso regime de chuvas, a irregularidade no tempo e no espaço. Ou seja, nossas chuvas não são homogêneas no território, nem constantes”, expõe o presidente da Cogerh.

Confira quais açudes estão sangrando no Ceará:

Acaraú Mirim, em Massapê

Arrebita, em Forquilha

São Vicente, em Santana do Acaraú

Sobral, em Sobral

Caldeirões, em Saboeiro

Valério, em Altaneira

São José I, em Boa Viagem

Itaúna, em Granja

Tucunduba, em Senador Sá

Itapajé, em Itapajé

Gameleira, em Itapipoca

Mundaú, em Uruburetama

Poço Verde, em Itapipoca

Quandú, em Itapipoca

São Pedro Timbaúba, em Miraíma

Acarape do Meio, em Redenção

Aracoiaba, em Aracoiaba

Germinal, em Palmácia

Itapebussu, em Maranguape

Pesqueiro, em Capistrano

Tijuquinha, em Baturité

Cachoeira, em Aurora

Junco, em Granjeiro

Rosário, em Lavras da Mangabeira

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