Focos de queimadas crescem 286% no Ceará em 2012

Redação Web 

Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) já identificaram 4.598 focos de queimadas no Ceará entre 1º de janeiro e 4 de outubro deste ano. O número é 286% maior do que os 1.190 focos identificados no mesmo período do ano passado. De acordo com a Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos (Funceme), cerca de 14% dessas queimadas ganharam proporções maiores e viraram incêndios. Segundo o Corpo de Bombeiros, já foram quase 650 ocorrências em 2012, levando risco para pessoas, animais e destruindo a vegetação das áreas atingidas.

De acordo com o meteorologista Raul Fritz, da Funceme, o problema não é restrito ao Ceará. “Os satélites mostram, em tempo real, o surgimento de vários focos de calor em todo o País. A situação é grave em quase todos os estados brasileiros. Muitos também apresentam crescimento semelhante na quantidade de focos”, disse. Entre as regiões cearenses, a maior frequência foi no Sertão Central, Inhamuns e Cariri. Entre os municípios com mais incidência de focos estão Jucás, com 206 focos, seguido de Cariús, com 141, e Saboeiro, onde já foram identificadas 114 queimadas neste ano.

 
No Nordeste, os dados apontam que o Ceará é o 4º do ranking de queimadas em 2012. Os três primeiros são Maranhão, Bahia e Piauí, com 99 mil, 90 mil e 37 mil focos de queimada, respectivamente.
 
Previsão
 
A previsão da Funceme é de que o número de focos de queimadas no Ceará deve crescer significativamente até dezembro. “Fora o fato de que as queimadas normalmente aumentam no Ceará nos três últimos meses do ano, as condições de superfície estão muito favoráveis, ou seja, solos muito secos em virtude de a estação chuvosa ter sido abaixo da média em 2012, umidade do ar relativamente baixa, ventos em geral um pouco mais intensos e altas temperaturas do solo e do ar. Essas condições são propícias ao fogo”, explica Raul Fritz.