Meteorologia reforça tendência de seca no Ceará
Prognóstico de seca no ceará, terça-feira
[caption id="attachment_134282" align="alignleft" width="300"] diariodonordeste - CREDITO - ANTONIO CARLOS ALVES [/caption] Novo prognóstico será divulgado terça-feira. As chances de a seca no Ceará se agravar até abril são cada vez maiores por Leda Gonçalves - Repórter A previsão para o Ceará é de chuvas até a próxima segunda-feira, apontam institutos de meteorologia, influenciadas, principalmente, pela atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Entretanto, como um todo, a tendência é que a quadra chuvosa, que vai de fevereiro a maio, fique dentro ou abaixo da média histórica do Estado, que é em torno de 860mm em quatro meses. Segundo dados recentes divulgados pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTI), o cenário é bem preocupante: as chances de a seca no Ceará se agravar até abril são cada vez maiores. De acordo com os pesquisadores, essas probabilidades alcançam 75% de se confirmarem. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) irá apresentar novo prognóstico, dessa vez para os meses de março, abril e março, na próxima terça-feira. E pela tendência observada no Oceano Atlântico, ainda aquecido, a previsão não deve mudar muito da divulgada em janeiro passado, com 40% de chuvas na média, 30% de ocorrências acima da média e 30% abaixo da média. "Em fevereiro, até o dia 16, registramos 28% a menos ou seja, a normalidade para o mês é de 118.6mm e choveu 84.6 mm e, por enquanto, as incertezas persistem", explica o meteorologista David Ferran. Em 2016, durante 29 dias, a situação foi pior, com 55,2% negativos ou seja, o quadro que se forma é melhor do que o do ano passado. Em 2015, o acumulado do período ficou em menos 18,9%. As análises do GTPCS, para o período que vai de fevereiro a abril de 2017 mostram a persistência de ventos alísios mais fracos que o normal no Atlântico Tropical e o aumento da temperatura da superfície do mar. De acordo com o coordenador geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), integrante do Grupo de Trabalho, José Antonio Marengo, há 40% de chances de chuva no norte do Nordeste nesse período, mas com grande variabilidade espacial e temporal e abaixo da média histórica. Temperatura A baixa precipitação está associada às temperaturas dos oceanos Atlântico e Pacífico, explica o pesquisador, incluindo a formação do El Niño intenso entre 2015 e 2016. Segundo Marengo, entre outubro de 2012 e setembro de 2013, quando a seca se intensificou e afetou 53% das áreas de pastagens, o acumulado de precipitação foi de 611 mm. Entre outubro de 2015 e setembro de 2016, o acumulado de precipitação foi ainda mais baixo, de 588 mm. "Se até abril as chuvas atingirem um patamar entre a média histórica - 861 mm no período de 1961 a 2015 - e até 30% abaixo dessa média, a situação hídrica na maioria dos sistemas de abastecimento de água no norte da Região Nordeste não irá se recuperar". A meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Renata Tedeschi, confirma a propensão para a quadra invernosa ainda aquém das expectativas dos cearenses. "Mesmo que essa possibilidade mude, o Estado registre chuvas 30% acima da média, ainda assim, os reservatórios não pegarão recarga necessária", frisa.
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