[caption id="attachment_130962" align="alignleft" width="300"] A Santa Casa de Misericórdia atende não somente os pacientes de Fortaleza, como também os que vêm da Região Metropolitana e do Interior (Fotos: Natinho Rodrigues) [/caption] A unidade hospitalar tem despesa mensal de R$5,9 milhões com pagamento de pessoal e outras obrigações por João Lima Neto - Repórter Com 155 anos realizando atendimentos médicos e intervenções cirúrgicas à população da Capital, Região Metropolitana e Interior, a Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza passa por grandes problemas financeiros. Conforme o vice-provedor da instituição, João Paulo Accioly, a instituição está com uma divida de R$8 milhões só com despesas com procedimentos médicos. Apesar disso, a direção vem cumprindo, com muita dificuldade, o pagamento de 800 funcionários, bem como realizando mais de 22 mil atendimentos por mês. A unidade hospitalar tem uma despesa mensal de R$5,9 milhões com o pagamento da folha de pessoal, medicamentos, equipamentos e intervenções cirúrgicas. Segundo Accioly, o Sistema Único de Saúde (SUS) repassa somente R$4,4 milhões por mês, o que fez com que se acumulasse a dívida nos últimos meses. "Está se acumulando. Dá um descompasso da ordem de R$1,1 milhão mensal. Um problema para a continuidade de nossos serviços", declara. A dona de casa Joceline Amorim, 44, moradora do município de Caucaia, realizou a intervenção cirúrgica da mãe, de tireoide, na Santa Casa. Por falta de um hospital de referência onde mora, o posto de saúde encaminhou sua mãe para Fortaleza. "Foi tudo muito rápido. Da primeira consulta até o dia da cirurgia, pouco mais de um mês. A situação dela era grave. Não sei como seria o seu estado hoje se não fosse a Santa Casa", disse a acompanhante. Para tentar minimizar o problema com recursos financeiros, a direção da Santa Casa enviou ofícios à Prefeitura de Fortaleza e ao Governo do Estado, no intuito de conseguir um complemento financeiro. "Nós poderíamos reverter isso fazendo a correção da tabela do SUS. Como essa é uma atribuição do Ministério da Saúde, a Prefeitura poderia cobrir a diferença enquanto o SUS não reajusta". Outra medida que poderia ser adotada pelos órgãos públicos, segundo o vice-provedor da instituição, é a solicitação de portarias. "A Santa Casa hoje é um hospital-escola. Existem hoje portarias para o trabalho de álcool e drogas, algo que já fazemos. Só que nós não estamos recebendo por esses dois tratamentos. Precisávamos fazer uma dessas medidas para não entrarmos em insolvência". Soluções Em contato com o Ministério da Saúde, a pasta informou que, no inicio deste mês, foi anunciado o investimento de R$14,4 milhões para oito Santas Casas e hospitais filantrópicos do Estado do Ceará. "Em todo o Brasil, serão R$ 513 milhões para 500 serviços em santas casas. A liberação da verba é resultado das medidas de gestão adotadas pelo ministro Ricardo Barros nos primeiros 100 dias à frente da pasta, como revisão de contratos e economia com aluguéis e outros serviços, que levaram a maior eficiência dos gastos", diz o comunicado da Pasta. Apesar da informação de repasse recurso para o Estado, a Santa Casa não é listada. Da Capital, a única instituição indicada é a Associação Santo Antônio. Existe uma emenda parlamentar destinando à instituição o valor de R$ 272,1 mil referente aos últimos dois anos que ainda não haviam sido pagas. A meta é que os pagamentos sejam feitos em dezembro. ENQUETE Como avalia o atendimento? "Sou de Ibiapina. Minha mãe realiza o tratamento de tireoide desde 2013. O atendimento é muito bom, é rápido. Se houvesse um maior investimento, poderiam atender mais gente" Tânia da SIlva Acompanhante "Fui encaminhando do Instituto Doutor José Frota para cá, pois lá estava superlotado. Aqui fiz três cirurgias de um acidente de moto que sofri e foi tudo muito rápido". Paulo César Ferreira Paciente