Lideranças do PCC se reuniam uma vez ao ano
Na operação, polícia prendeu 32 membros do PCC
[caption id="attachment_128856" align="alignleft" width="300"] Delegados que participaram da ação deram detalhes das prisões ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )[/caption] Liderança do PCC “planejava ações em congresso” Durante o encontro deste ano, a Polícia Civil invadiu o sítio onde o grupo estava e prendeu 32 membros da facção A população do Parque Tijuca, em Maracanaú, ouviu apreensiva a troca de tiros que durou dez minutos, na noite de quinta-feira (23). De um lado mais de 50 assaltantes de banco, traficantes, sequestradores e homicidas integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) reunidos para planejar crimes; do outro 40 policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e da Divisão Antissequestro (DAS), que buscavam a organização suspeita de diversos crimes no Ceará, inclusive atentados a prédios públicos. Ontem, tumultos em represália às prisões foram registrados em penitenciárias da Região Metropolitana. Durante a operação policial 32 pessoas acabaram presas. Os suspeitos estavam em um sítio alugado para o evento que acontece uma vez por ano e define os crimes que serão cometidos. Nas paredes da casa onde foram encontrados havia inscrições citando o PCC. Segundo a Polícia, muitos dos homens que estavam no local atacaram agências bancárias no Ceará. Segundo uma fonte da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a facção integrada pelos suspeitos age em todo Brasil e financiou várias das explosões e assaltos aos bancos daqui. Embora ainda não seja possível afirmar que algum dos presos tenha participado diretamente dos atentados aos prédios públicos, como o da Assembleia Legislativa, as suspeitas recaem sobre o PCC e as investigações estão sendo aprofundadas. "Os presídios ficaram tumultuados com as prisões, porque as lideranças 'caíram'. Sabemos que a ordem dos atentados partiu de lá. O principal suspeito de articular o ataque à Assembleia Legislativa é o líder do PCC no Ceará. Essas pessoas presas em Maracanaú são comandadas por ele. É preciso investigar cada um, para saber se acataram alguma ordem nestes ataques". O líder a quem a fonte se refere é Paulo Diego da Silva Araújo, transferido para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Porto Velho, em Rondônia, no último dia 16 de abril. Segundo o investigador, a facção cearense, denominada 'Guardiões do Estado' se mostrou muito violenta e também teve seus líderes transferidos. "Todos os líderes de facções criminosas ou braços-direitos deles foram transferidos. Inclusive o 'Barrinha' (Francisco de Assis Fernandes da Silva), que era um dos 'cabeças' dos Guardiões". Intimidação O delegado Raphael Vilarinho, titular da DRF, disse que os criminosos divulgam nomes de facções para intimidar a sociedade, mas isto não afeta a Polícia. Ele desmente que as organizações tenham tomado o controle de qualquer parte do Estado. "Não existe território dominado pelo crime no Ceará. Todo o Estado é a Polícia que domina. Não tem um rua, sequer, que a Polícia não entre e não prenda quem comete crimes. Estas denominações de PCC, Comando Vermelho e diversas outras siglas são criadas para intimidar, mas isso é balela e não interessa à Polícia. Asseguro que quem integrar, de qualquer forma, essas organizações será identificado e preso". O delegado afirmou que havia mais de 50 homens no sítio onde ocorreram as prisões. Alguns dos que fugiram já foram identificados. No local foram apreendidas uma submetralhadora, uma pistola da Polícia Civil do Piauí, munições calibres 9 milímetros e 5.56 e 600 gramas de cocaína. "Depois da reunião eles fariam uma festa comemorando os planos e a união da facção. Uma parte da quadrilha já sairia para a cidade de Milhã e atacaria a agência bancária. Apreendemos muitos celulares que deverão ser periciados. O conteúdo será analisado e pode revelar outros planos deles", declarou. Os membros da organização foram autuados por associação criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse ilegal de arma e corrupção de menores. Dos 32 presos, 21 já tinham antecedentes criminais. Membros da facção presos Adriano Marden Freitas, 23 - contravenção penal e roubo Alain Monteiro da Silva, 39 - sem antecedentes criminais Anderson Souza Costa, 20 - Sem antecedentes criminais Antônio Carlos M. Da Silva Júnior, 19 - sem antecedentes Antônio jonathan de Lima Rocha, 25 - cinco homicídios, tráfico de droga, porte ilegal de arma Bruno Duarte da Hora, 21 - Sem antecedentes criminais Edimar Filho da Silva Holanda, 23 - sem antecedentes criminais Erivan Lima Bertoldo, 38 - Cinco homicídios, posse ilegal de arma Francisco Alisson L. de Sousa, 25 - três crimes de tráfico de drogas e receptação Francisco anderson medeiros de melo, 24 - dois roubos Francisco cândido de oliveira, 36 - dois roubos e lesão corporal Francisco leandro alves da cruz, 37 - homicídio e lesão corporal Gilvan silva de oliveira júnior, 28 - dois roubos Jairo da silva rodrigues, 23- sem antecedentes criminais James adiodato de siqueira, 18 - sem antecedentes criminais João paulo oliveira de moraes, 31 - cinco roubos e furto Jonathan levy gomes de sousa, 19 - sem antecedentes criminais Jonathan santiago de araújo, 24 - sem antecedentes criminais José david do nascimento oliveira, 23- três crimes de porte ilegal de arma e roubo José deivan a. Oliveira, 28 - Cinco crimes de porte ilegal de arma e tráfico de drogas Josemberg rodrigues de oliveira, 21 - sem antecedentes Leandro de souza santos, 31 - tráfico de drogas Lucas aderaldo pereira, 23 - roubo Lucas braz, 29 - Tráfico de drogas Márcio cardoso de andrade, 28 - oito roubos, homicídio, porte ilegal de arma e tráfico de drogas Marcos aurélio de sousa, 43 - tráfico e tentativa de homicídio Milton ricardo bezerra da silva filho, 25 - roubo Rafael evandro santos seo, 28 - sem antecedentes criminais San diego noronha, 29 - três roubos, porte ilegal de arma e tráfico Thyago barros rosa, 26 - três procedimentos por tráfico Vagner medeiros de freitas, 27 - oito receptações, tráfico e roubo Weverton gomes de sousa, 24 - sem antecedentes criminais
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