Motorista que atropelou estudantes em protesto no Ceará é indiciado

Motorista foi indiciado por tentativa de homicídio contra grupo de alunos. Inquérito foi encaminhado ao Ministério Público.

Estudantes feridos foram socorridos pelo Samu e encaminhados para hospital particular. (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares) Do G1 CE A Polícia Civil do Ceará concluiu nesta segunda-feira (29) o inquérito que apurou a responsabilidade pelo atropelamento estudantes da universidade Estadual do Ceará (Uece), em julho do ano passado, em frente ao Campus do Itaperi, em Fortaleza, e indiciou o motorista responsável. Os estudantes participavam de uma manifestação contra os cortes do governo federal em programas de educação que beneficiam a universidade. Depois de oito meses de investigação, Carlos Ayla Amaral, de 27 anos, foi indiciado por tentativa de homicídio, de acordo com o delegado César Wagner, titular da Delegacia Delegacia de Acidentes e Delitos de Trânsito, responsável pelo inquérito. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público Estadual, a quem cabe a decisão sobre o oferecimento da denúncia ao juiz determinado para o caso. Se a denúncia for aceita, Carlos Ayla Amaral, passa à condição de réu no processo penal. Um vídeo feito por um dos manifestantes e usado nas investigações mostra o momento em que o carro avança entre as pessoas. "Ele alegou em sua defesa que teve o carro cercado, e os alunos estavam esmurrando e chutando o carro dele. Quando viu o carro da frente passar, ele também avançou", conta o delegado. O suspeito prestou depoimento em 11 de julho, dois dias após o acidente. As testemunhas, entre elas policiais que estavam no local, contestam a versão do motorista. "Dois amigos meus estavam fechando parte da via, e um motorista parou e pediu para passar. Meus colegas pediram para ele realizar um pequeno desvio, já que a avenida não estava totalmente interditada. Aí o motorista se irritou e passou por cima deles", afirma Natanael Silva, que também testemunhou o acidente. Uma fotografia que também mostra uma marca de pneus em uma das vítimas, também contradiz a versão do suspeito. "As informações de que o veículo passou por cima de dois estudantes estão confirmadas e materializadas nos autos. Se isso não é assumir o risco de produzir a morte de uma pessoa, eu não sei mais o que seria", afirma o delegado César Wagner.

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