Com 479 casos de dengue, agente passa a forçar visita em casas no CE

Lei garante entrada de agentes de endemias mesmo sem permissão. Quatro mortes estão sendo investigadas no Ceará.

Do G1 CE Aedes aegypti é transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e do vírus zika, causador da microcefalia (Foto: Paulo Whitaker/Reuters) Em uma semana o Ceará confirmou mais 199 novos casos de dengue, totalizando 479 casos em 2016. As informações estão no Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (19) pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Os casos da doença foram registrados em 46 dos 184 municípios cearenses. Do total de casos confirmados este ano, quatro casos da forma grave de dengue foram confirmados. O Aedes aegypti, trasmissor da dengue, também é o vetor de outras doenças graves, como a febre chicungunya, o virus da zika e febre amarela. Até esta sexta-feira, foram registrados 1.483 casos prováveis de dengue no Ceará, que estão sendo analisados, de acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará. Também permanecem em investigação quatro casos de dengue grave que evoluíram para óbito, ocorridos nos municípios do Crato, Fortim e Maracanaú e Caucaia. Do total de casos confirmados, Fortaleza concentra a maior parte (257) o que representa 54% das ocorrências da doença. Em relação a faixa etária, 23,2% dos casos confirmados tinham de 20 a 29 anos. Autorização A partir da próxima semana, os agentes de endemias passarão a entrar nas casas mesmo que o proprietário não autorize. É que já está valendo no Ceará a lei que autoriza o ingresso forçado de agentes sanitários em imóveis que sirvam de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, quando não houver pessoa no imóvel ou em caso de recusa injustificada do proprietário ou morador. De acordo com a lei, o ingresso forçado pode ocorrer das 8h às 18h. A lei determina que o proprietário deverá ser notificado no prazo máximo de 72 horas para permitir o ingresso do agente responsável no local. Caso os prazos das notificações expirem, agentes sanitários poderão contar com o auxílio de força policial para promover a entrada forçada no imóvel. O proprietário pode receber multa de R$ 200 a R$ 1,2 mil. Recorde Em 2015, o Ceará registrou 63 mil casos prováveis de dengue em 174 dos 184 municípios do Estado, segundo o Ministério da Saúde; é o maior já registrado no Estado deste que a Secretaria de Saúde do Ceará começou a monitorar a doença, em 1986. Transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti também é responsável pela transmissão de outras doenças graves, como a febre chikungunya, o zika vírus, a febre amarela. A mãe infectada com zika vírus durante a gravidez pode causar também microcefalia no bebê. (Veja no vídeo acima por que o mosquito causa tantas doenças) Prevenção Para conseguir interromper propagação do mosquito é necessário a participação de toda a população. Eliminar, vedar e cuidar. Esses são os meios de evitar que o mosquito nasça e possa se transformar em vetor de doenças. Elimine tudo que pode acumular água – água parada é um dos maiores atrativos; vede as caixas d’água e recipientes que guardam a água; e cuide dos potenciais criadouros que não podem ser eliminados. Para o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos, Nélio Morais, a participação da população torna-se importante para acabar com os focos do mosquito. “A população precisa participar também dessas atividades contra o mosquito, tornando-se fiscais de sua própria residência, seguindo as orientações e os cuidados repassados por nossos agentes.” Denúncia de focos do mosquito A população de Fortaleza pode solicitar vistorias ou realizar denúncias de possíveis focos do mosquito por meio da Ouvidoria da Saúde, que disponibiliza o telefone 0800.275.1364, e dos Distritos Técnicos de Endemias (DTE), localizados em cada Regional: Regional I - (85) 3433.6823 Regional II - 3241.4768 Regional III - 3488.3256 Regional IV - 3105.3086 Regional V - 3294.6747 Regional VI - 3452.9359

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