TRADIÇÃO: Cortejo no Centro marca fim da Semana Santa
A procissão teve início às 20h e durou cerca de 50 minutos, no entorno da Igreja da Sé, com a cruz que simboliza a ressurreição de Jesus Cristo sendo aplaudida por peregrinos e quem deparava com a via crucis pelas ruas
A fé em movimento, traduzida em procissão, foi celebrada por católicos da Grande Fortaleza logo após a missa solene na Igreja da Sé, Catedral Metropolitana. Com sentido de peregrinação, os fiéis caminharam pelas ruas no entorno do templo, reafirmando o significado da procissão: "chegar à casa do Senhor". Acompanhando a Cruz, simbolizando Jesus Cristo ressuscitado, guiava o arcebispo de Fortaleza, dom Antônio Aparecido Tosi, seguido em cortejo por quase duas mil pessoas.
Velas na mão e passos miúdos, igualando jovens e idosos numa mesma caminhada, a procissão era animada por cânticos e aplausos a Jesus Cristo, homenagem acompanhada por quem via o cortejo passar.
"É um momento de felicidade, de paz, desejo de que a vida seja melhor, porque Cristo ressuscitou por nós", afirma o bancário Gilson de Sousa, que acompanha todos os anos a celebração pascal.
Renovação
A jovem Camila Mota saiu da igreja logo que a missa acabou para poder ver a cruz guiada pelos fiéis em velas acesas. "O sentimento é de renovação. Participar desse momento faz a gente mudar por dentro", afirma a jovem gerente de projetos, que diz não ter dúvida de que o sentimento de renovação é coletivo.
O casal Wilson Sousa e Jenifer Daiane levou a pequena Gizele Mel, de apenas dez meses, para sua primeira celebração de Páscoa na igreja. Eles vieram de Roraima, na região Norte do País, passar o feriado com outros familiares em Fortaleza. A trégua da chuva nos últimos dias permitiu até que várias crianças acompanhassem os pais durante o cortejo.
Um pequeno congestionamento, principalmente de ônibus, formou-se no início do trajeto da procissão. De acordo com funcionários da Arquidiocese de Fortaleza, agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) não compareceram em nenhum dos três dias de celebrações religiosas na Igreja da Sé.
ENQUETE
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"Acompanhamos as celebrações na paróquia do bairro São João do Tauape, mas hoje foi o momento de todos celebrarem na Sé, e acompanhar a procissão, que é um dos momentos mais importantes para nós, católicos"
Carlos Queiroz
Administrador de condomínio
"Participar da Missa de Páscoa e acompanhar a procissão, celebrando a ida à Casa do Senhor, é um momento de grande felicidade e de renovar os sentimentos cristãos. Estou feliz, porque Jesus ressuscitou por nós"
Camila Mota
Gerente de projetos
Missa na Catedral celebra ressurreição
O Domingo de Páscoa, que encerra o calendário católico da Semana Santa, celebrando a Ressurreição de Jesus Cristo após o sofrimento e morte na cruz, contou com a realização de missas de manhã e à noite.
A aposentada Maria Conceição Leite e a cunhada, Ana Lúcia Moraes, vindas de Mato Grosso para passar o feriado na capital cearense, não perderam a oportunidade de assistir à missa de Páscoa, além de aproveitar para conhecer a Catedral de Fortaleza. "É muito bonita e ampla. Traz uma paz estar aqui dentro", elogiou Maria Conceição, que destacou também a importância desse momento para os cristãos. "É uma bênção para a família toda. A celebração da Ressurreição de Jesus é um momento de reflexão para todos nós, nos convidando também a uma renovação, a uma vida nova", completou a cunhada.
Antes dos trabalhos litúrgicos, o padre Brendan Colliman, celebrante na ocasião, ouviu a confissão dos fiéis. A dona de casa Aldeci Gonzaga cumpria este ritual no Domingo de Páscoa pela primeira vez. "Eu sempre viajava. Mas, de uns tempos para cá, venho sentindo a necessidade de estar mais presente na Igreja. Assisto missa todos os domingos", explicou.
Homilia
A missa centrou suas leituras bíblicas à passagem em que Jesus ressuscita dos mortos, quando Maria Madalena e os apóstolos se deparavam, sem entender, com o túmulo vazio.
Em sua homilia, padre Brendan ressaltou que a ressurreição representa a passagem das trevas para luz, a passagem de Deus pelos caminhos tortuosos do homem. "A Páscoa não se limita aos males físicos da escravidão ou sofrimentos por enfermidades. É muito mais amplo. Quando os responsáveis por cuidar das vidas a eles confiadas não cumprem com seu dever, são situações que podem até ofuscar o brilho da vitória de Jesus sobre a morte para expiação dos pecados da humanidade", afirmou o religioso.
"É preciso uma compreensão de nossos deveres morais, estarmos no exercício pleno da solidariedade para acolhermos Cristo dentro de cada um de nós", acrescentou o padre.
Melquíades Júnior/ Sílvia Teixeira
Repórteres




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