ESTUDO DA ONU: Ceará registra aumento de 32,4% em homicídios
Entre os anos de 2007 e 2011, houve um aumento de 32,4% na taxa de homicídios no Ceará, revelou o estudo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), lançado ontem. O Estado é o sexto no ranking dos que apresentaram aumento no Brasil.
No Nordeste, Paraíba e Bahia foram os que mais se destacaram negativamente. Enquanto neste primeiro estado houve um aumento de 150% nas taxas de homicídios, no outro, os números subiram 75%.
Em Sergipe, foi registrado 33,9% de aumento em quatro anos. No Rio Grande do Norte, as taxas subiram 33,4%; no Maranhão, esses dados são de 23,2%, e o Piauí teve 11,1%.
Ao contrário de todos os outros estados nordestinos, em Pernambuco, a taxa diminuiu 38,1%, entre 2007 e 2011.
Na região Sudeste, apenas Minas Gerais não obteve queda nos assassinatos. O Espírito Santo foi o destaque positivo, com uma diminuição de 41%. Já no Centro-Oeste, o Distrito Federal se destaca com uma taxa 29,2% menor. Amazonas e Roraima foram os únicos estados do Norte do Brasil que não tiveram redução das taxas.
O estudo destaca que, nos últimos 30 anos, aconteceram mudanças nos dados relacionados aos homicídios em todo o Brasil. À medida que Rio de Janeiro e São Paulo obtiveram diminuição nos homicídios, 29% e 11% respectivamente, Paraíba e Bahia tiveram grandes aumentos. A redução em Pernambuco é considerada pequena.
Somente em 2012, foram registrados 50.108 homicídios no Brasil, número equivalente a pouco mais dos 10% dos assassinatos cometidos em todo o mundo, que foram 437 mil.
No Brasil, a despeito da grande maioria das vítimas de homicídios serem do sexo masculino, cerca de 90%, destaca-se no relatório o número significativo de mulheres que são assassinadas pelos seus próprios parceiros ou familiares.
O relatório conclui que muito precisa ser feito para prover os Estados de capacidades para efetivamente prevenir, investigar, denunciar e punir a violência doméstica e todas as formas de violência contra a mulher.
Padrões
O abuso de álcool e outras drogas e a disponibilidade de armas de fogo são apontados no estudo como determinantes nos padrões e prevalência da violência letal. O relatório destaca que qualquer política pública na área de prevenção aos homicídios apenas irá funcionar se os governos conseguirem direcionar estas ações para as vítimas e agressores potenciais.
"O UNODC vem trabalhando com o objetivo de oferecer uma referência mundial para os estudos na área de homicídio, o compartilhamento de técnicas de análises com especialistas e acordos de cooperação com os estados para o controle de toda essa criminalidade", comentou Rafael Franzini, representante do Escritório do UNODC no Brasil e Cone Sul.
Fortaleza
A assessoria de comunicação do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime informou que o estudo não possui nenhum dado sobre a cidade de Fortaleza. Apenas o município mais populoso do País, São Paulo, teve números revelados.
Até o fechamento desta edição, a assessoria da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não se pronunciou em relação aos números divulgados pela ONU.




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