PESQUISA: Cascas de castanha de caju pode gerar energia elétrica no CE

Adriano Queiroz 

Gaseificador realiza a queima das cascas de castanha de caju e após processo de filtragem gera gás rico em metano, potencial gerador de energia elétrica.

Um projeto do Centro de Ciências Tecnológicas da Unifor está avaliando o potencial da queima das cascas de castanha de caju na geração de gás e energia elétrica.

A ideia é aproveitar o subproduto, considerando que o Ceará responde por quase metade de toda produção de castanha do País, sendo o Estado o maior produtor. O estudo é destaque na edição de maio da revista universitária Unifor Notícias.

“A gaseificação é uma das ferramentas para a produção da energia elétrica e tem a vantagem de aproveitar resíduos que iriam para o lixo. A importância do projeto consiste em se trabalhar com energia alternativa que tem viabilidade na região. Existe o consenso de que podem haver unidades menores de geração de energia com baixos investimentos”, explica o coordenador do projeto o, Juan Carlos Alcocer.

As pesquisas e experimentos estão sendo realizados no Núcleo de Tecnologia da Combustão do curso de Engenharia Mecânica da Unifor.  Além da questão energética, o estudo envolve análise e monitoramento dos gases e impurezas geradas a partir da queima das cascas de castanha de caju (tais como alcatrão, cinzas volantes e compostos de carbono), a partir de um equipamento analisador de gás.

“A ideia é dar uma adequação às impurezas do gás gerado, e não queimar por queimar. Conseguimos dominar a produção do gás e agora temos que dominar sua filtragem”, projeta o professor do curso de Engenharia Mecânica João Batista Furlan Duarte. Ele explica ainda que quanto melhor a filtragem  mais rico em metano se torna o gás obtido, o que amplifica o poder calorífico e energético.

Os primeiros resultados dessa análise indicam que de cada tonelada de cascas de castanha de caju queimadas no gaseificado são gerados 1166 litros de gás. ”Estamos trazendo para o estado uma tecnologia nova e uma energia eficiente e limpa. Já temos uma patente em andamento sobre parte do processo”, comemora Alcocer.

O projeto tem financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e convênio com a Universidade de Campinas (Unicamp), dentro da Rede Nacional da Combustão. No total, cinco professores, cinco alunos de Engenharia e um de Direito participam da pesquisa.