Cariri tem prejuízos na rede elétrica devido a pipas
Juazeiro do Norte Uma brincadeira que já prejudicou milhares de pessoas no Estado, somente este ano. Foi-se o tempo que soltar pipas e balões era algo que não oferecia riscos. Com o desenvolvimento, principalmente das cidades do interior, é necessário que as pessoas atentem para os perigos que essa prática poderá ocasionar. Em todo o Estado, o descuido com as brincadeiras de soltar pipas fez crescer 126% somente este ano, no número de ocorrências com relação aos cinco primeiros meses de 2011. A tendência é que nos meses de junho e julho o problema, incluindo casos relacionados aos balões juninos, aumente mais ainda.
Segundo a Coelce, os casos envolvendo pipas e ações de vândalos tomou proporção maior na região sul do Ceará. No Cariri, mais de 70 mil famílias tiveram o fornecimento de energia prejudicado em virtude da brincadeira. De acordo com a companhia de eletricidade, isso representa quase três vezes o número de unidades consumidoras que foram afetadas nos cinco primeiros meses do ano passado na região. Em todo o ano de 2011, foram registrados 338 casos, a maioria no mês de maio. Já este ano, todos os cinco primeiros meses do ano registraram números bem acima.
Se, de janeiro a maio de 2011, a companhia teve de solucionar os 338 casos ocasionados pelo contato de pipas com a rede elétrica, em 2012, o registro já é de 764 ocorrências. Um aumento que tem gerado, segundo a empresa, muitos prejuízos não só à Coelce como também à população cearense. Para se ter ideia, no mês de fevereiro do ano passado, foram registradas 39 ocorrência, o menor número do ano. Já em 2012, foram 97 casos.
As ocorrências por vandalismo este ano chegam a 758 casos, contra 554 do ano passado. Mais de 18 mil foram registrados somente durante o mês passado. Jogar objetos estranhos contra a rede elétrica e empinar arraias próximo à fiação, além do sério risco de acidentes, pode deixar ruas, bairros e até cidades inteiras sem fornecimento, conforme alerta a Coelce. De acordo com a responsável pela área de distribuição Sul, Socorro Pontes, essa situação poderá causar prejuízos bem maiores para hospitais, escolas, órgãos públicos e demais serviços essenciais.
As ocorrências têm causado prejuízos de R$ 30 mil por ano à empresa. Segundo Socorro Pontes, esses casos se concentram em julho, principalmente, por conta das férias e os ventos favoráveis para as crianças brincarem. "Mas, o ideal é que fosse em áreas mais isoladas, longe das fiações", diz ela. E o problema maior é quando as pipas ficam envoltas aos fios de eletricidade, e as crianças procuram soltar o brinquedo, atirando objetos na rede. Até se arriscam a subir em áreas de alta tensão. Os problemas de oscilação de energia e até apagão normalmente passam a ocorrer após esses incidentes.
Quando as pipas se enrolam na fiação da rede, é preciso a Coelce realizar a limpeza dos fios. Isso porque a pipa pode provocar defeitos ao longo dos alimentadores, contribuindo para a saída de operação dos religadores das subestações, deixando consumidores com problemas de abastecimento.
A brincadeira também traz o risco do cerol. Segundo o subtenente do Corpo de Bombeiros, Damásio Barbosa, os maiores acidentes acontecem com motociclistas, que se cortam com os vidros que são colocados nas linhas das pipas.
ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER
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