Beatificação da Mártir Benigna Cardoso tem data anunciada

Benigna, considerada “heroína da castidade”, será a primeira beata nascida no Ceará a receber o título

Benigna Cardoso, de Santana do Cariri, será beatificada no dia 24 de outubro deste ano, em solene celebração presidida por sua Eminência, o Cardeal Marcello Semararo, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, na Praça da Catedral de Nossa Senhora da Penha, em Crato. A informação foi confirmada pela Santa Sé, em Roma.

A data foi uma resposta do Cardeal prefeito da Congregação da Causa dos Santos a uma carta escrita pelo bispo diocesano, Dom Magnus Henrique, e enviada no final do mês de fevereiro, propondo três datas para a beatificação. A resposta chegou à Diocese de Crato no último dia 28 de abril. Na carta, o Cardeal apresenta a data de 24 de outubro, dia de importante simbologia, pois marca a data do martírio da Serva de Deus Benigna Cardoso.

O anuncio oficial se deu na tarde desta segunda-feira, 02 de maio, durante Coletiva de Imprensa, por Dom Magnus. Benigna, considerada “heroína da castidade”, será a primeira beata nascida no Ceará a receber o título. A promulgação do, no qual o Papa Francisco autoriza a beatificação dela, aconteceu em 02 de outubro de 2019. A beatificação que, anteriormente, deveria acontecer em 2020, foi adiada devido à pandemia da Covid-19.

“Com alegria e júbilo anunciamos a beatificação da Menina Benigna, martirizada em nossa diocese”, disse o bispo diocesano.

Na ocasião do anúncio da data de beatificação da Mártir Benigna Cardoso, também foi apresentado à imprensa e a toda a diocese, o logotipo oficial que será usado nos preparativos e no dia da celebração. Entenda a escolha de cada elemento e a sua simbologia:

O logotipo oficial da Beatificação de Benigna Cardoso da Silva, virgem e mártir, foi idealizado a partir do formato de uma Cruz, símbolo que evoca a centralidade da fé cristã, o mistério pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus. Desse mistério vive a Igreja pela fé, participando dos sofrimentos e da vitória do Senhor, testemunhando a esperança do Reino e atualizando no mundo a caridade de Cristo.

Na cruz foram inseridos os elementos que evocam a vida e o ambiente de Benigna, aludindo à realidade humana assumida por Cristo. Mediante a participação no seu mistério pascal o ser humano encontra sua dignidade de filho de Deus e herdeiro do Reino dos Céus; nisso, até a natureza “que aguarda a manifestação dos filhos de Deus” (Rm 8,19) é beneficiada pelo mesmo mistério da redenção.

Calcário laminado: É o tipo de rocha predominante em toda a região do município de Santana do Cariri; muito utilizada na edificação das casas de famílias simples do lugar. Faz referência ao lugar geográfico onde viveu a nossa mártir e à própria residência de Benigna. Foi sobre uma mina de calcário laminado que Benigna Cardoso sofreu o martírio banhando-a com o seu sangue, e oferecendo a vida sobre a rocha de sua fé. Foram desenhadas doze pedras no logotipo representando os apóstolos, fundamentos da Igreja, e a fé que eles transmitiram, a qual, acolhida por Benigna, resultou na solidez do seu testemunho de vida.

A palma: Símbolo do martírio. É um símbolo bíblico colocado pelo livro do Apocalipse na mão dos que derramaram seu sangue como Cristo. Os que venceram a grande tribulação e cantam no céu a vitória de Jesus, o Cordeiro imolado e ressuscitado. (Ap 7,14-17)

Os lírios: Símbolo de pureza e santidade. Fazem referência à vida ilibada que ela conservou por causa do Reino de Deus, obtendo no mesmo dia em que entregou sua santa alma a Deus o título de “Heroína da Castidade”, escrito pelo pároco ao lado do seu registro de batismo.

Detalhe vermelho e branco: O detalhe vermelho com bolinhas brancas indica a veste que, profeticamente, Benigna trajava por ocasião do seu martírio. O vermelho lembra o sangue e o branco a santidade de vida. Vestida com os sinais de suas heroicas virtudes ela ofereceu o seu exemplo, imitando a Cristo na vida e na morte.

Rosto adolescente: O desenho do rosto de benigna finaliza o logotipo. Está posto no lugar da cruz onde esteve o Senhor e Mestre a quem ela seguiu no mesmo caminho de calvário, atualizando as palavras de São Paulo: “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.” (Gl 2,20) . O rosto vazado lembra que o suplício do martírio cede lugar à ressurreição, à vida definitiva. Escolheu-se a representação em silhueta, sem muitos detalhes, como um convite para que todos, especialmente os adolescentes e jovens, sintam-se, aí, contemplados na medida em que acolham o evangelho e vivam os valores do Reino de Deus, buscando viver como Benigna viveu.

Por Jornalista Mychelle Santos / Assessoria de Comunicação

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