Marcinho América-MG — Foto: Mourão Panda / América

Anunciado pelo América em abril, o atleta foi condenado a três anos e seis meses de prisão pelo homicídio culposo de um casal

Por Maria Gabriela Meireles, Redação do ge — Belo Horizonte

Em abril deste ano, o lateral Marcinho foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) pelo atropelamento que causou a morte de um casal de professores, na Zona Oeste do Rio. A defesa do jogador entrou com recurso para absolvição do atleta após a condenação.

Marcinho foi condenado a três anos e seis meses de prisão em regime aberto. A defesa do atleta recorreu pela absolvição, mas caso a condenação seja mantida, foi feito o pedido da redução da pena.

Os advogados do jogador contestam a veracidade dos depoimentos das testemunhas que, na ocasião, dissertaram sobre a velocidade e a lucidez em que Marcinho conduzia o carro. A defesa rebate também o laudo do acidente, realizado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Relembre o caso

De acordo com a polícia, em dezembro de 2020, Marcinho saiu de um restaurante - onde havia feito o consumo de bebida alcoólica - guiou o veículo, “de forma imprudente, em zigue-zague”, com velocidade de 86km/h e 110km/h. A velocidade máxima permitida na via do acidente é de 70km/h.

O jogador, que na época atuava pelo Botafogo, abandonou o veículo a cerca de 600 metros do local e fugiu sem prestar socorro às vítimas. O veículo, um Mini Cooper, pertencia a uma empresa de materiais hospitalares, na qual Sérgio Lemos de Oliveira, pai e empresário de Marcinho, é o sócio.

A habilitação de Marcinho também foi suspensa pelo mesmo período da sua condenação.

Segundo a sentença:

“Como o crime foi considerado culposo e inferior a pena de quatro anos, entre outros requisitos atendidos pelo artigo 44 do Código Penal, o magistrado substituiu a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços a entidades a serem especificadas pela Vara de Execuções Penais”

Os professores Alexandre Silva de Lima e Maria Cristina José Soares atravessavam a Avenida Sernambetiba, no bairro Recreio, no Rio de Janeiro, quando foram atingidos pelo carro em alta velocidade.

O jogador não continuou no Rio de Janeiro para o restante da temporada. Após deixar o Botafogo, Marcinho atuou pelo Athletico-PR e Bahia. O atleta chegou ao América para assumir o lugar do lateral Arthur, vendido ao Bayer Leverkusen.

Campanha contra a contratação do jogador

Em meio a rumores da contratação do jogador pelo Coelho, a torcida alviverde iniciou, nas redes sociais, uma mobilização contra a chegada de Marcinho. “#MarcinhoNão” foi a hashtag levantada pelos americanos, que demonstraram surpresa e indignação com a direção do Coelho.

O América-MG informou que a condenação não afeta o contrato firmado entre o clube e o jogador. Marcos Salum, presidente da SAF americana, saiu em defesa de Marcinho na apresentação do lateral. “Todo mundo erra na vida. Ele é um menino que errou e está pagando por isso e que tem que pagar, sim, pelo que ele fez”, declarou o dirigente.