Mulher que foi esfaqueada por negar sexo tem protocolo de morte cerebral, diz família
Filha mais velha ajudou a socorrer a mãe
Por Eliane Santos e Rafael Nascimento, g1 Rio
Michele Vila — Foto: Reprodução/Redes sociais
Michele Vila Pinto, de 33 anos, está internada no Hospital Geral de Nova Iguaçu desde o dia 16 de março. Suspeito tentou fugir, mas foi preso por policiais civis da 55ª DP (Queimados).
Familiares de Michele Vila Pinto, de 33 anos, informaram que os médicos que cuidam dela no Hospital Geral de Nova Iguaçu vão abrir um protocolo para morte cerebral da dona de casa.
Michele foi esfaqueada pelo então companheiro, Rodrigo Almeida Neves Pinheiro, de 44 anos, no dia 16 de março, em Queimados, na Baixada Fluminense. A família da vítima afirma que ela estava dormindo, quando ele tentou ter relações sexuais com ela, que negou.
"Estivemos no hospital hoje à tarde (segunda, 3), e os médicos disseram que o cérebro dela não reage mais, parou, e que eles vão iniciar o protocolo para morte cerebral amanhã (terça, 4). Era para ser hoje, mas tiveram um problema", informou a cunhada de Michele, Thamires Pires, ao g1.
Parentes e amigos também manifestaram-se pelas redes sociais falando sobre a situação de Michele e demonstrando tristeza pela situação. A filha mais velha de Michele postou uma foto ao lado da mãe.
Filha mais velha ajudou a socorrer a mãe
Letícia, filha adolescente de Michele, ajudou a socorrer a mãe. Ela ouviu os gritos no quarto e, quando chegou, encontrou a irmãzinha de 1 anos e 6 meses sentada na cama choranto, e a mãe no chão, ensanguentada.
"Me deparei com a minha irmãzinha sentada na cama chorando e minha mãe no chão toda ensanguentada pedindo por socorro. Foi uma cena aterrorizante! Eu tive que tentar estancar o sangue e pedir socorro. Ele tinha trancado todo mundo dentro de casa", contou ao g1.
Homem é preso suspeito de esfaquear a companheira em Queimados
Vítima conseguiu contar o que houve
Segundo informações da Polícia Civil, Rodrigo Almeida Neves Pinheiro, de 44 anos, estava tentando fugir para não ser preso quando foi encontrado por policiais civis da 55ªDP (Queimados). Ele já havia sido preso anteriormente suspeito de outros crimes.
A cunhada afirma que enquanto tentava socorrer Michele, ela contou que estava deitada e Rodrigo havia tentado ter relação sexual com ela. Depois que ela negou, ele teria começado a dar facadas nela, até que a faca ficasse presa no pescoço, de acordo com a vítima.
"Ela deitada no chão e dizendo 'ele fez isso porque eu não quis ter relação', a gente está aterrorizado", contou Thamires Guedes.
Ainda de acordo com o relato da família, a vítima foi socorrida em cima de uma porta de geladeira, que foi arrancada para servir como maca. Michele foi levada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, onde passou por cirurgia de emergência para retirar a faca e estava internada em estado grave no CTI.
"A gente ligou para a polícia e ninguém veio, pro SAMU e ninguém veio. Tivemos que arrancar a porta da geladeira e colocar ela em cima! Ela teve que fazer uma cirurgia porque a faca estava dentro dela", relata a filha.
Procurada, a Polícia Militar disse ao chegar no local a vítima já havia sido socorrida.
O homem foi preso por tentativa de feminicídio, segundo a Polícia Civil, mas essa tipificação deve mudar, dado o estado de Michele. A ocorrência foi registrada na 55ª DP (Queimados).
As investigações apontam que ele chegou a se esconder em um bairro de Nova Iguaçu, mas foi ameaçado por milicianos da região, que se incomodaram com os policiais na comunidade. Rodrigo teve a prisão temporária decretada. Portanto, ficará ao menos 30 dias detido.
"A gente quer justiça, só isso. Queremos que ele fique preso, que pague pelo que ele fez. Ele já havia tentado matar a ex-mulher dele da mesma forma. Ele precisa pagar", pede a cunhada Thamires Guedes.
Informações da Polícia Civil dão conta que ele havia deixado a cadeia em março do ano passado. Rodrigo estava preso por suspeita de tráfico de drogas e tentativa de homicídio.
O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) informou que o estado de saúde de Michele Vila Rosa, de 33 anos, é gravíssimo, que a paciente apresentou piora em seu quadro e precisou passar por um novo procedimento cirúrgico neurológico. Ela continua respirando com a ajuda de aparelhos, no CTI da unidade.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2023/04/03/mulher-que-foi-esfaqueada-por-negar-sexo-tem-protocolo-de-morte-cerebral-diz-familia.ghtml
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