Réveillon no Rio: prefeitura decide fechar toda a orla para evitar aglomerações

As medidas foram tomadas após o aumento do número de casos e mortes por Covid-19 nas últimas semanas no Rio de Janeiro

Vista aérea das praias de Copacabana e Leme, tradicional palco da festa de réveillon mais famosa do mundo, que foi cancelada por causa da pandemia do coronavírus — Foto: Leonardo Ferreira/Arquivo pessoal

Medidas previstas para Copacabana serão estendidas a toda a Zona Sul e até o Recreio. Apenas os moradores poderão ir na areia. Estacionamento na orla, festas, queima de fogos e equipamentos de som também serão proibidos.

Prefeitura decide fechar toda a orla para evitar aglomerações no réveillon

A Prefeitura do Rio decidiu estender para toda a orla da cidade os bloqueios na noite do réveillon, de quinta (31) para sexta-feira (1º). As medidas já previstas para Copacabana agora valerão para as praias da Zona Sul (a partir do Flamengo) e até o Recreio e serão publicadas em decreto no Diário Oficial ainda nesta segunda-feira (28).

Na semana passada, o prefeito em exercício do Rio, vereador Jorge Felippe (DEM), determinou o fechamento dos acessos a Copacabana, tradicional palco da festa da virada, que foi cancelada, e proibiu a queima de fogos e equipamentos de som na orla.

Resumo das proibições na noite da virada:

Acesso à praia para quem não mora no bairro

Estacionamento na orla e ruas do entorno

Festas e equipamento de som na orla

Queima de fogos

Barraqueiros em pontos fixos

Circulação de ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento

As medidas foram tomadas após o aumento do número de casos e mortes por Covid-19 nas últimas semanas no Rio de Janeiro. Já foram registradas quase 25 mil mortes pela doença no estado, mais da metade na capital.

O Blog apurou que, a fim de evitar aglomerações na virada, ao longo das praias serão montadas barricadas em pontos-chave, como o Cebolão da Barra da Tijuca (veja abaixo os pontos de bloqueio). A ideia é que apenas moradores possam ir às areias do respectivo bairro.

Também dentro desse pacote de restrições, o metrô anunciou nesta segunda-feira que no dia 31 as linhas vão parar de circular às 20h. É a primeira vez, desde 1998 — quando o metrô chegou a Copacabana —, que não haverá operação na virada.

Durante entrevista coletiva para anunciar as medidas, Alexandre Cardeman, chefe-executivo no Centro de Operações Rio (COR), disse que as medidas foram decididas em memória e respeito aos mais de 190 mil mortos no Brasil.

“Precisamos dar um recado duro e direto para a população (...) O plano e o decreto são muito mais uma ferramenta para mitigar aglomerações e comemorações com grandes quantidades de pessoas. O que queremos passar nesse momento, independente das restrições criadas, é que depende muito de cada um de nós. Faça uma virada consciente e fique em casa.”

"Não há imagem melhor do que a orla vazia e a Praia de Copacabana sem ninguém para que possamos homenagear a todos que se foram (...) Quem insistir em deslocar sem necessidade poderá, sim, enfrentar transtornos e poderá ficar em situação de desconforto. Por isso, a recomendação é: fique em casa", disse Cardeman.

Prefeitura do Rio proíbe queima de fogos e uso de equipamentos de som na orla

Na última quarta-feira (23), Felippe já havia adiantado algumas das medidas restritivas, que incluem, além do bloqueio de Copacabana, a proibição de estacionamento de veículo na orla e ruas do entorno, o bloqueio do transporte público para acesso a Copacabana e a proibição de festas privadas tanto no calçadão quanto na areia.

Rio decide 'fechar' Copacabana para evitar aglomeração; só moradores terão acesso

Detalhamento das regras:

A queima de fogos ficará proibida em toda a orla da cidade desde as 0h do dia 30 de dezembro até as 7h do dia 1º de janeiro. Nem mesmo a rede hoteleira poderá acionar fogos de artifício;

Proibida a realização de festas privadas, shows ou qualquer evento ao longa da orla, pelos quiosques, seja na areia ou no calçadão, inclusive a colocação de cercadinhos;

O uso de equipamentos de som será proibido em toda a extensão da orla a partir da 0h do dia 31 até as 6h do dia 1º, inclusive na faixa de areia, quiosques e calçadão;

O trabalho dos ambulantes também será restringido. A permanência de barraqueiro em ponto fixo, tanto na areia da praia quanto no calçadão, ficará proibida da 0h do dia 31 às 6h do dia 1º;

Bloqueios viários nos acessos à orla, inclusive de veículos de entrega e de carga e descarga, entre 20h de quinta (31) e 3h do dia 1º; exceto veículos de moradores e hóspedes de hotéis, mediante comprovantes, e transporte de empregados de estabelecimentos da orla;

Ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento não poderão entrar nos acessos à orla cidade do Rio de Janeiro a partir das 20h do dia 31 até as 3h do dia 1º.

Táxi só entra com passageiro com comprovante de morador, hóspede ou trabalhador;

Estacionamento proibido em toda a extensão da orla, exceto moradores ou hóspedes de hotéis, com comprovantes.

Bloqueios

As vias de acesso à orla serão fechados do Leme, na Zona Sul, ao Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Os acessos às praias do Flamengo e de Botafogo permanecerão abertos, mas as restrições de operação são as mesmas do restante da orla.   

As festas públicas de réveillon em Copacabana já tinham sido canceladas pelo prefeito Marcelo Crivella. As festas em quiosques também estão canceladas.

Os quiosques, entretanto, estão autorizados a funcionar como vêm operando desde a reabertura, em julho, "com quantidade reduzida de mesas, distanciamento de 1,5 m entre elas, e seguindo todos os protocolos de segurança e higiene", segundo a concessionária Orla Rio.

Prefeito até 31 de dezembro

Jorge Felippe é presidente da Câmara dos Vereadores e assumiu a prefeitura após a prisão e afastamento de Marcelo Crivella (Republicanos). Fernando Mac Dowell, que era o vice de Crivella, morreu em 2018.

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/blog/edimilson-avila/post/2020/12/28/reveillon-no-rio-prefeitura-proibe-qualquer-queima-de-fogos-e-uso-de-equipamentos-de-som-em-toda-a-orla.ghtml