Foz do Iguaçu quer mudar fama de 'cidade de sacoleiros'

Plano inclui o turismo, com às Cataratas do Iguaçu

Conhecida como a "capital" dos sacoleiros no País, Foz do Iguaçu (PR) tem tentado, nos últimos anos, reduzir essa peregrinação de compradores a partir de incentivos a outras modalidades de turismo, como o gastronômico e o ecológico [caption id="attachment_131293" align="alignleft" width="300"]-07 Foz do Iguaçu quer mudar fama de cidade de sacoleiros A cidade investe no turismo ecológico, com visitas às cataratas do Iguaçu, um dos cartões-postais do Paraná [/caption] Para mudar essa fama, a cidade paranaense tem apostado desde 2007, quando vivia repleta de sacoleiros, num programa de gestão integrada do turismo para desenvolver a cidade e reduzir a dependência de compristas - também chamados de muambeiros. O plano inclui incentivar o turismo, com visitas às Cataratas do Iguaçu, à hidrelétrica de Itaipu e à gastronomia dos três países da Tríplice Fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai -, além de atrair congressos e eventos. "A alta do dólar nos últimos anos deixou os produtos muito caros para quem os recebia em casa. Muitos que antes compravam resolveram viajar para cá e visitar a cidade", disse Carlos Silva, presidente do Sindhotéis (sindicato de hotéis, restaurantes e bares) de Foz, à Folha de SP. Segundo ele, a queda gradativa na presença dos sacoleiros abateu o turismo e também contribuiu para a cidade apostar em outros atrativos. "Isso (a queda de sacoleiros) começou a abrir espaço para outro tipo de turista". Com 27.500 leitos em hotéis, pousadas e albergues na cidade, o sindicato prevê que, até 2018, o número chegue a 30 mil, mantendo o crescimento médio de 5% ao ano, e que precisam ser ocupados. A taxa de ocupação no primeiro semestre foi inferior a 50%, devido à crise. A partir de 55% o empresário começa a ter lucro, de acordo com Silva. Apesar de tentar mudar o foco, o "turismo de compras", com destaque para free shop em Puerto Iguazu, na Argentina, está longe de ter sido abandonado. Empresas buscam hóspedes nos hotéis para city tour e visitas ao centro de compras por preços que variam de R$ 60 a R$ 120. Mas os sinais de mudança já são claros. Na Vila Portes, bairro que abriga hotéis e pousadas historicamente destinados a atender sacoleiros que ficam no máximo oito horas nos estabelecimentos, três locais mudaram o foco de ação nos últimos anos devido à queda no fluxo de compristas.

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