Ex-presidente da OAS volta a ser preso pela Lava Jato, diz PF
Ex-presidente da OAS preso está sendo levado para Curitiba
[caption id="attachment_130737" align="alignleft" width="300"] Léo Pinheiro já tinha sido preso pela Lava Jato em novembro de 2014 e estava em liberdade provisória (Foto: Reprodução) [/caption] Léo Pinheiro cumpre liberdade provisória e foi preso nesta segunda (5). Suposto pagamento de vantagem indevida a Lula foi citado por juiz na decisão. Adriana Justi, Bibiana Dionísio e Dulcineia NovaesDo G1 PR e da RPC O ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, voltou a ser preso pela Operação Lava Jato na manhã desta segunda-feira (5), em São Paulo. Para o juiz federal Sérgio Moro, há provas de que o empresário agiu para obstruir as investigações. Léo Pinheiro será levado de carro para a Superintendência da PF, em Curitiba. Às 11h20, ele já tinha saído de São Paulo. O empresário estava em liberdade provisória e foi alvo de um mandado de condução coercitiva, também nesta segunda, na Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos principais fundos de pensão do país. (Correção: ao ser publicada reportagem errou ao informar que Léo Pinheiro estava em prisão domiciliar. Na verdade, ele chegou a ter a prisão domiciliar decretada, mas atualmente estava em liberdade provisória, segundo o advogado Edward de Carvalho. O erro foi corrigido às 11h31 desta segunda-feira). O advogado Edward de Carvalho disse ainda que está analisando os autos e que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão. Ele também relatou que vai entrar com um pedido de habeas corpus. O investigado já tinha sido preso na 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014 e foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a 16 anos e quatro meses de prisão acusado de cometer os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No despacho, Moro destacou que tramitam ainda diversas investigações perante a Justiça do Paraná e perante o Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo supostas irregularidades de Léo Pinheiro, especialmente relativas a pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos. Entre elas, a investigação envolvendo suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela OAS, com supervisão direta de José Adelmário Pinheiro Filho, na forma de entrega e reforma de apartamento triplex em empreendimento imobiliário. O ex-presidente Lula nega as acusações. Trabalhos na CPMI Ao decidir pela prisão, Moro afirmou ainda que há provas, em cognição sumária, de que Léo Pinheiro teria ordenado o pagamento de propina ao ex-senador Gim Argello para obstrução dos trabalhos de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014. De acordo com o juiz, foram acertados R$ 5 milhões e, em princípio, foi rastreado documentalmente o pagamento de R$ 350 mil. Em 28 de agosto, Gim Argello foi interrogado pelo juzi Sérgio Moro e negou ter pedido propina para barrar convocações de empreiteiros investigados na Lava Jato na CPMI. O ex-senador está preso desde abril deste ano, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada. O juiz disse que o ex-presidente da OAS também coordenou juntamente com Júlio Camargo, colaborador da Lava Jato, ação conjunta entre as empreiteiras envolvidas no esquema criminoso na Petrobras para pagamentos de propina com o intuito de obstruir os trabalhos da CPMI. "O pagamento de propina a parlamentar federal para impedir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito é um claro ato de obstrução à investigação e é um indicativo de que há risco às instruções e investigações pendentes perante este Juízo e perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal em relação às condutas de José Adelmário Pinheiro Filho". Delação suspensa Pinheiro teve sua delação suspensa pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, após o vazamento de um trecho que estaria no conteúdo da colaboração envolvendo o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já tinha assinado um termo de confidencialidade, que é a fase ainda inicial da delação, mas ainda não havia firmado o acordo propriamente dito. OG1tenta contato com os advogados dos envolvidos. Mensagens Em janeiro, o G1 e a TV Globo tiveram acesso a mensagens de celular trocadas entre Léo Pinheiro e diversos interlocutores, que mostravam que a rede de contatos do executivo abrangia integrantes dos três poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário. As mensagens estavam em celulares apreendidos pela Polícia Federal e fazem parte das investigações da Lava Jato. Entre as centenas de mensagens obtidas pela Polícia Federal após a prisão e apreensão dos celulares de Pinheiro, há contatos diretos do empreiteiro com autoridades e referências a políticos em mensagens trocadas com outras pessoas. Na troca de mensagens, políticos chegam a cobrar o repasse de recursos que teriam sido prometidos pelo ex-presidente da OAS.
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