Audiência de Cachoeira em Goiânia tem bate-boca entre advogados e procuradores
Marina Marquez, do R7, em Goiânia
A primeira hora da audiência sobre a operação Monte Carlo foi marcada por um intenso bate-boca entre os advogados dos réus e os procuradores da República Daniel de Rezende e Léa Batista.
Logo no início da audiência na sede da Justiça Federal em Goiânia, por volta de 9h20, os advogados tentaram adiar a audiência. Com a negativa do juiz, questionaram a presença da imprensa, de gravação da sessão e ainda da escolha de testemunhas.
Quando a primeira testemunha, o agente da PF Fábio Alvarez começou a responder as perguntas dos procuradores, o clima esquentou. Os advogados reclamaram do teor das perguntas e disseram que eram questões subjetivas e que o depoente falava de coisas irrelevantes para a investigação.
O advogado de Dadá, José Olímpio e Raimundo, Leonardo Gagno, chegou a se exaltar e dizer que a testemunha estava falando de réus de outra investigação e que não estavam presentes, o que seria "um absurdo". No início da audiência ele questionou o desmembramento das ações penais e só oito réus estarem presentes nesta terça.
O procurador Daniel de Rezende reclamou que o tempo todo a defesa estava tumultuando e atrapalhando o raciocínio.
— A defesa quer tumultuar. Essa é a intenção da defesa.
Gagno retrucou:
— Não é tumultuar, o que se ensina na faculdade de Direito do senhor deve ser diferente então, só pode ser isso.
A discussão continuou. Irritado, o juiz Alderico Rocha que já tinha parado a sessão várias vezes para acalmar os ânimos se dirigiu ao advogado pedindo silêncio.
— Na faculdade o senhor estudou. Qual o prejuízo? Eu já expliquei umas dez vezes, não é possível que o senhor não entendeu. O senhor está tumultuando. Deixe a acusação perguntar.
Nesta terça (24), serão ouvidos os depoimento de 14 testemunhas, sendo quatro de acusação e dez de defesa. Todos devem ser questionados pelos promotores, advogados e pelo juiz.
Na quarta (25), Cachoeira foi convocado para depor junto com outros sete indiciados: Idalberto Matias de Araújo, apontado como "araponga" que teria aliciado policiais; Lenine Araújo de Souza, apontado como gerente do grupo e responsável pela contabilidade; José Olímpio de Queiroga Neto, apontado como gerente do grupo no Entorno do DF; Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como laranja; Wladimir Garcez, apontado como facilitador dos negócios junto a agentes públicos; Geovani Pereira da Silva, apontado como contador de Cachoeira; e Raimundo Washington de Sousa e Queiroga, apontado como ajudante na estrutura da quadrilha no Entorno do DF.
Dos convocados, apenas Geovani não deve comparecer. Ele está foragido e, segundo o seu advogado Calixto Abdala Neto, ele não vai se apresentar até que o pedido de prisão seja revogado.
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