A Escola de Saberes de Barbalha, situada em frente à Praça Engenheiro Dória, realizou das 08 às 12:hs, deste sábado (28), o I Encontro de Mestres e Guardiões da Cultura Popular do Cariri, com a participação de representantes de grupos de reisados, maneiro pau, lapinhas, pau de fita, bandas cabaçais, repentistas, penitentes, incelências, quadrilhas juninas e outras manifestações populares, que, participaram dando grande contribuição para a formatação de um projeto que venha fortalecer os grupos populares bem como promover a renovação dessas manifestações folclóricas, algumas delas com expressões fortes com mais de cem anos de atividades nos alicerces culturais, sendo uma verdadeiras herança de saberes passando de pai pra filhos, netos e muitos bisnetos, exemplo maior o Grupo de Penitentes Irmãos da Cruz do Sítio Cabeceiras. De forma muito democrática o proponente do encontro Rosemberg Cariri, ouviu atentamente todos os relatos dos representantes dos mais diversos segmentos da cultura popular do cariri, sem dúvida nenhuma, foi uma grande porta aberta para os mestres e guardiões usarem a palavra, expressarem seus sentimentos em viver fazendo cultura popular, como também houve as citações das dificuldades enfrentadas para se manter vivas as manifestações populares. Algumas representações como reisados e outros pontuaram que precisam de um terreiro, ou seja, espaço próprio para desenvolverem suas atividades, para se reunirem e fazer terreiradas, e com isso motivar as crianças e adolescentes a também ingressarem nos grupos de cultura popular, isso é renovar e manter os grupos em plena atividade com equilíbrio entre os mais veteranos repassando suas experiências e chegando os mais novos num aprendizado da cultura popular. Artesão Wilton Silva, apresentou dois trabalhos representativos sobre Padre Ibiapina e Antônio Conselheiro. [caption id="attachment_133739" align="alignright" width="300"] Artesão Willton Silva com dois trabalhos, Padre Ibiapina e Antônio Conselheiro.[/caption] José Antônio Maria Ibiapina, depois de decepcionado com a polícia, ingressou no catolicismo e então surgiu o Padre Ibiapina, homem que cruzou o Nordeste com grande missão evangelizadora. Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro), homem que se tornou líder do arraial de Canudos, pequeno lugarejo do sertão baiano, sua potência como líder atraiu milhares de pessoas como sertanejos, camponeses, índios e escravos recém-libertos, grupo que enfrentou a força do Exército da República na chamada Guerra de Canudos em 1896. O secretário das Culturas de Barbalha, Rômulo Sampaio de Araújo, no espaço lhe concedido, enalteceu a Escola de Saberes de Barbalha pela realização do encontro, valorizou a participação de cada representação que expressou o desejo de ter mais espaço para as suas manifestações, de receber mais apoio dos órgãos públicos, e principalmente, na preocupação da renovação desse grupos folclóricos que são ricos de beleza nos seus cantos, nos seus manifestos populares. Rômulo Araújo, manifestou o seu descontentamento com a invasão dos paredões de som estourando os tímpanos das pessoas que vão participar das festas religiosas de padroeiros e padroeiras das comunidades de Barbalha, e disse que se depender dele, a tolerância é zero para esses paredões de som. Rosemberg Cariri, frisou que o I Encontro de Mestres e Guardiões de Saberes de Barbalha e do Cariri, teve grande importância no que propõe a Escola de Saberes, que é promover e fortalecer a cultura popular com projetos que possam abrir mais espaço, que possam ampliar as apresentações desses grupos dentro de um calendário em várias áreas para suas apresentações, pois a cultura popular é muito rica de saberes, e desses mestres e guardiões de saberes populares a gente precisa incentiva-los a repassar seus conhecimento aos jovens de hoje para renovar a expressão folclórica e cultural do Cariri. O I Encontro de Mestres e Guardiões da Cultura Popular do Cariri realizado pela Escola de Saberes de Barbalha, foi bastante positivo na avaliação de muitos representantes de grupos folclóricos presentes, tendo em vista o espaço que tiveram para serem ouvidos e trocarem saberes. Silva Neto