Medalhistas lamentam final sem Alan e se dividem sobre recomeço nos 200m
Alan mostrava confiança para subir ao pódio
Brasileiro teve nono tempo nos 100m e não passou à disputa por pódio na classe T44 Por Amanda Kestelman e Helena RebelloRio de Janeiro Era para ser o principal evento da noite. Mas, sem a presença de um atleta da casa, pareceu apenas mais um. Até os medalhistas, em meio à alegria pelos próprios feitos, lamentaram a ausência de Alan Fonteles, fora da final dos 100m da classe T44 após fazer apenas o nono tempo das semifinais. Para os 200m, cujas eliminatórias serão disputadas neste domingo, os estrangeiros se dividem sobre se o atual campeão paralímpico terá virado a página. Acham que a tarefa não será fácil, mas que ao menos ele se mostrará mais competitivo na distância que o apresentou ao mundo. Descrição da imagem: neozelândês Malone (dir) corre à frente de adversários, dentre eles o brasileiro Alan Fonteles (Foto: Marcelo Regua/MPIX/CPB) Quatro anos atrás, Oscar Pistorius era o maior nome mundial do esporte paralímpico. Era considerado favorito absoluto dos 100m aos 400m. Até que, nos 200m, um brasileiro até então desconhecido pelo grande público confiou em uma arrancada improvável para tomar o ouro do sul-africano nos metros finais. Alan mostrou seu cartão de visitas e, no ano seguinte, viria a se tornar também campeão e recordista mundial da distância. Descrição da imagem: Pistorius cumprimenta Alan após final dos 200m em 2012 (Foto: Getty Images) A carreira dos dois velocistas sofreu reviravoltas desde aquele encontro. Pistorius hoje cumpre pena pelo assassinato da namorada, a modelo Reeva Steenkamp. Alan tirou um ano sabático, longe do esporte de alto rendimento, e passou a ter dificuldades para manter o peso ideal – o que não o impediu de conquistar a prata nos 200m no Mundial de Doha, atrás do americano Richard Browne. Para a Rio 2016, Alan mostrava confiança para subir ao pódio nos quatro eventos que disputará (três provas individuais e um revezamento). Mas a primeira impressão não foi boa. O brasileiro foi apenas o quarto em sua bateria semifinal e perdeu a vaga para a decisão nos milésimos. Para o neozelandês Liam Malone, prata nos 100m e também inscrito nos 200m, a frustração pode atrapalhar Alan na defesa do título. - Ele é o campeão, mas quem sabe? Você é o que acabou de fazer. E a última dele não foi muito boa. Espero que volte. É sempre bom competir, mas será difícil para ele. Não vai confiante por não ter feito a final dos 100m. É um cara legal e espero que ele vá bem, obviamente, em frente a torcida do país dele. Seria legal. O alemão Felix Streng, bronze nos 100m e outro a competir nos 200m, fala de Alan com gratidão por um gesto no Mundial de Doha. Talvez por esse carinho, fala com mais otimismo sobre a próxima participação do concorrente. Acredita que o que o brasileiro já fez nesta distância o credencia a brigar por pódio na prova em que é o atual campeão. Descrição da imagem: Alan estava na quinta posição na metade dos 100m (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB) - Acho que ficou muito relaxado nos 100m, deveria estar na final. Foi uma pena. Primeiramente, gostaria de agradecer a ele. Depois do Mundial em Doha, eu estava infeliz porque não fiz uma boa corrida. E ele me trouxe a camisa dele. Foi muito legal. Me mostrou que é um grande competidor. Acho que ele é capaz de correr um bom 200m. Como ele sempre fez. É um dos caras mais rápidos, tem recorde e venceu o Oscar nos 200m. Acho que vai estar bem. As eliminatórias dos 200m serão disputadas a partir das 20h03 (horário de Brasília), no Engenhão. A final está prevista para a segunda-feira, dia 12, às 19h21.
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