SP - Vigilante é preso suspeito de estuprar crianças em Itaquaquecetuba
Ele dava vinho para as vítimas, segundo polícia.
Carolina PaesDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Um homem de 31 anos foi preso em Itaquaquecetuba, Região Metropolitana de São Paulo, com a suspeita de ter relações sexuais com adolescentes e crianças há pelo menos sete anos. A prisão foi na noite de segunda-feira (11).
Na delegacia central, segundo a polícia, o suspeito confessou que pratica sexo com crianças e que antes das relações obrigava as vítimas a tomarem bebida alcoólica.
A polícia teve conhecimento do caso na segunda-feira depois que uma pessoa, que não quis se identificar, apresentou para uma viatura da Polícia Militar um pen drive que continha vídeos e fotos de crianças e adolescentes sendo molestados. De acordo com o denunciante, os crimes eram cometidos por um rapaz chamado Franklin que moraria em uma viela da Vila Virgínia, em Itaquaquecetuba.
A viatura da PM foi ao local indicado e encontrou o vigilante Franklin Folha Soares, de 31 anos. Com ele foram apreendidos mais três pen drives e um celular. Todos continham pornografias e gravações dele com as menores. Segundo o boletim de ocorrência, ao ser questionado, Soares “confessou ter praticado sexo com as cunhadas de 11 anos e 20 anos, sendo a maior de idade portadora de deficiência mental”.
De acordo com o boletim de ocorrência, uma das vítimas, a cunhada de 11 anos, disse aos policiais na presença do pai “que pouco se recorda quanto ao ocorrido e que só em uma ocasião Franklin deu a ela algo para beber alegando que era remédio.”
Ainda segundo o documento, o suspeito disse na delegacia “ter tido relações sexuais com mais uma criança, de 7 anos, e com uma adolescente para a qual ele pagou 10 reais”. No boletim de ocorrência, ele afirmou ainda que há sete anos vem praticando o crime e que antes de ter as relações embebedava as vítimas com vinho. O envolvimento da mulher do vigilante, Patrícia do Santos Silva, será investigado pela polícia. Em depoimento na delegacia, segundo o boletim de ocorrência, Patrícia “nega qualquer participação nos fatos e afirma que não sabia de nada.”
Da união de quatro anos, o casal tem duas filhas, uma de 4 anos e outra de 1 ano. Desde segunda-feira as meninas estão sob a guarda do Conselho Tutelar do município, segundo o presidente do órgão Cleiton Coutinho. “Nesse primeiro momento vamos cuidar das filhas do suspeito, que estão em um abrigo da cidade. Elas irão passar por avaliações médicas e psicológicas. Depois irão ficar no abrigo até o caso ser encaminhado à Vara da Infância, onde o juiz irá decidir de quem será a guarda delas”.
A irmã e a mãe de Franklin estiveram na delegacia, mas não falaram muito com a equipe do G1. Em uma conversa rápida, a mãe do suspeito disse apenas “acreditar que as netas não tenham sido abusadas pelo pai, pois ele adorava as meninas.” Fora isso, a mãe argumentou “não ter conhecimento das ações do filho e que não tem palavras sobre o caso. Só que o filho tem problemas e é uma pessoa muito agressiva.”
Vítimas
A quantidade de vítimas do pedófilo ainda não pode ser definida, mas segundo o conselheiro tutelar esse número não é pequeno. “Pelo que vimos nos vídeos e nas fotos podemos dizer que muitas crianças e adolescentes foram abusadas. Esse tipo de ação causa traumas psicológicos sem fim em uma criança, afetando a vida futura delas”, explica Coutinho. O presidente do conselho ainda pediu que pais de outras vítimas procurem a polícia.
Segundo o Conselho Tutelar, após serem identificadas, as vítimas de abuso receberão acompanhamento do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), de Itaquaquecetuba. Para pedir a prisão temporária, o delegado assistente Ricardo Mamede aguarda o depoimento das cunhadas do suspeito. “Ele ficará preso até que nossos investigadores tragam pelo menos as vítimas citadas no boletim de ocorrência. A partir do depoimento delas e do criminoso irei pedir a temporária dele.”
Em 60 dias, já com a prisão temporária prorrogada, o delegado espera levantar os nomes de outras crianças abusadas. Em conversa rápida com Mamede, o preso “disse que aliciava as vítimas em um bar de sua propriedade no bairro Caiubi e que os abusos era feitos em um matagal perto do bar e em sua casa”.
As meninas citadas no boletim de ocorrência devem passar por exames no Centro de Referência da Saúde no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, para atendimento de vítimas de violência sexual.
Comentários