Psicóloga traça perfil do suspeito de matar avó e irmãos em Anápolis, GO
Do G1 GO, com informações Anhanguera
Pobreza, abandono e uso de drogas. Esses são os principais fatores, apontados pela psicóloga Marta Brandão, que podem ter influenciado na formação da personalidade agressiva de Rogério Lopes dos Santos, de 19 anos. A pedido da reportagem, ela traçou um perfil do jovem suspeito de ter matado a avó de 75 anos e dois irmãos, um de 15 e outra de 13 anos, a golpes de enxada e jogado os corpos em fossa, em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia.
Marta Brandão acompanhou o caso pela imprensa. “A gente vê, pela reportagem, o quadro de extrema miséria que aquela família vive. Cadê o pai? cadê a mãe? São jovens criados pela avó. Um conjunto de situações que podem tê-lo levado a consumir droga", explica a psicóloga.
O triplo homicídio aconteceu na segunda-feira (18) no Setor Novo Paraíso, e chocou moradores de Anápolis, . Um irmão de 9 anos sobreviveu.
Localizado escondido em um matagal no mesmo dia do crime, o suspeito confessou ter matado os familiares. Os corpos foram jogados em uma fossa, coberta com um tampa de concreto, no quintal da casa da avó, onde a família morava.
Logo depois da prisão, com a cabeça baixa e sem demonstrar muito sentimento Rogério disse que estava arrependido do que fez. “Muito ruim, cara”, disse aos jornalistas.
Segundo a família, Rogério é usuário de drogas há mais de 5 anos e desde criança era cuidado pela avó. Amiga da família. Maria de Lourdes conta que o jovem tinha temperamento explosivo e que já tinha agredido a idosa outras vezes.
“A gente sempre falava: ‘Não faz isso com a sua avó não, sua avó não merece isso não’ ”, conta Maria de Loudes.
Histórico criminal
Rogério tem um extenso histórico criminal. Ele saiu da prisão há menos de um ano. E responde em liberdade pelo de roubo. Também tem passagens por furto e porte ilegal de arma.
Ainda menor, Rogério respondeu por ato infracional análogo a homicídio. Na delegacia também existem registros de agressões contra a família.
Para a delegada de Homicídios Marisleide Santos, que interrogou Rogério, o rapaz não se arrepende dos crimes cometidos. “É uma personalidade totalmente voltada para o crime”, analisa a delegada.
Sobrevivente
Outro irmão do suspeito, de 9 anos, também atingido com os golpes de enxada, foi encontrado ainda com vida e levado em estado grave para o Hospital de Urgências de Anápolis (Huana). Com traumatismo craniano, ele passou por duas cirurgias e foi transferido para a UTI infantil do Hospital Evangélico de Anápolis. De acordo com a pediatra Gina Tronconi, o menino segue em coma induzido, e estado grave e ainda instável.
A avó e os dois netos foram enterrados na tarde desta terça-feira (19), em um cemitério de Anápolis.
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