Peritos forenses constatam nova forma de cocaína no Pará

Entorpecente em cores é confundido como rapadura e colorau.

Responsável por periciar todas as drogas apreendidas pelas polícias civil e militar do Pará, o laboratório do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves tem recebido com frequência amostras de cocaína sob nova forma: com diversas colorações.

Chamada de "cocaína colorida", a nova mistura química é feita por meio de uma combinação de corantes que alteram sua cor original, o branco, transformando-a nas cores vermelho barrento, preto, roxo, marrom e cinza.

A perita criminal Izameire Correa, gerente do Laboratório de Toxicologia Forense, explica que a intenção dos traficantes, ao utilizar os corantes, é tentar dificultar a identificação dos entorpecentes, já que as drogas ficam parecidas com produtos comuns, como rapadura e colorau.

“A olho nu não é possível identificar se a substância colorida é ou não cocaína. Somente após os testes é que confirmamos. É realizado, primeiramente, um teste de reação colorimétrica com reagentes apropriados, para saber qual substância está presente no entorpecente. Após esse teste, fazemos o exame chamado cromatografia, que nos ajuda na identificação de uma cor e que comparamos com a cor padrão de cada substância. Isso nos dá a confirmação final”, explica.

Toxicologia
O setor responsável por realizar as perícias é o Laboratório de Toxicologia Forense, do Instituto de Criminalística (IC), que realiza o procedimento para fins de flagrantes, com a emissão de laudos definitivos. Os peritos têm um prazo legal de 10 dias para emitir o laudo, mas as drogas são periciadas em menos de 24h e devolvidas às autoridade responsáveis.

De janeiro a outubro de 2012, a Coordenação de Laboratório (CLAB) do CPC Renato Chaves realizou 5.055 perícias de constatação em definitivo de cocaína e totalizou 31.983 perícias realizadas no mesmo período, abrangendo todas as áreas de análise, em Belém e no interior do Pará.

O parque laboratorial conta com uma equipe multidisciplinar de 15 peritos criminais, com formação em biologia, farmácia e química, e funciona todos os dias, incluindo escalas de plantão de 24 horas. Ele é composto pelas gerências de Exames Físicos, Químicos e Biológicos (EFQB), de Toxicologia e de Instrumental, onde são realizadas as perícias de drogas, pesquisas de fluidos biológicos, toxicologias e exames de DNA.