A Justiça Federal no Ceará pronunciou os três réus acusados de envolvimento no atentado sofrido, em dezembro de 2008, pelo auditor fiscal da Receita Federal José de Jesus Ferreira.
Marvizi foi condenado a 20 anos por ter mandado matar o auditor. Agora, cumpre pena na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN)
Com esta decisão, Lucivaldo Pereira Ferreira, Mayron Silva de Lima e Alex Nogueira Pinto deverão ser levados ao Júri Popular no próximo ano. A expectativa das partes (defesa e acusação) é que o julgamento ocorra ainda no primeiro semestre de 2013. Dois dos acusados permanecem presos preventivamente por determinação do juiz federal Danilo Fontenelle Sampaio, da 11ª Vara Federal do Estado.
O ato da pronúncia (mandar os réus a julgamento) foi decidido pelo magistrado no último dia 3. Em outubro passado, o comerciante iraniano Farhad Marvizi foi julgado e condenado a uma pena de 20 anos de prisão por ter sido considerado o mandante do atentado contra o auditor. Ele permanece recolhido na Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Executores
Conforme o despacho da pronúncia, o réu Mayron Silva de Lima é apontado nos autos do processo como o responsável pelos tiros de pistola disparados contra o auditor da Receita. Ele estava na garupa de uma motocicleta que era pilotada por Lucivaldo. A dupla teria praticado o crime a mando de Farhad Marvizi e contou com a colaboração de Alex Nogueira Pinto, que teria feito levantamento sobre os hábitos da vítima, facilitando, assim, a prática do crime.
"Narra a denúncia (do Ministério Público Federal), em suma, que foram os réus os responsáveis pela tentativa de homicídio perpetrada no dia 9 de dezembro de 2008 contra o auditor da Receita Federal José de Jesus Ferreira, através de tiros de arma de fogo, mediante emboscada sem possibilidade de defesa, na confluência das ruas Meruoca e Doutor José Lino, no bairro Varjota, nesta Capital, e, de acordo com paga. Acrescente a denúncia que Lucivaldo e Mayron confessaram a prática do delito, sendo que Lucivaldo conduziu Mayron em sua moto e entregou-lhe a arma, tendo Mayron efetuado os disparos contra a vítima. Narra a denúncia que ambos contaram com a colaboração de Alex no que diz respeito à identificação da vítima", diz o juiz.
O crime teria sido ´encomendado´ por Marvizi como retaliação ao trabalho que a Receita Federal havia iniciado no combate aos crimes de contrabando e descaminho dos quais o iraniano era acusado. Ele teria contado com a colaboração de sua mulher, Lilian Sousa Ferreira e do irmão desta, João Batista Sousa Ferreira, para abrir uma loja de ´fachada´ em Fortaleza com o objetivo de comercializar artigos eletrônicos importados sem o pagamento de impostos. Há duas semanas, a Justiça Federal condenou Marvizi, Lilian e João Batista pelos crimes de descaminho, falsidade ideológica e uso de documentos falsos na constituição e movimentação da empresa. O iraniano recebeu uma pena de sete anos de reclusão. Lilian foi apenada com oito anos e meio de prisão.
Cadeia
Marvizi continua preso. Por determinação da Justiça Federal ele foi transferido para o Estado do Rio Grande do Norte e está cumprindo pena na Penitenciária Federal de Segurança Máxima da cidade de Mossoró.
Durante seu primeiro julgamento em Fortaleza, a Justiça se acercou de um forte aparato de segurança da Polícia Federal.
Considerado de alta periculosidade, por comandar uma organização criminosa com a participação de ex-policiais militares (expulsos da Corporação), o iraniano terá, ainda, que ir ao banco dos réus diversas vezes.
Conforme os cálculos das próprias autoridades, ele seria o mandante (autor intelectual) de, pelo menos, 13 assassinatos ocorridos em Fortaleza nos últimos cinco anos.
NÚMERO
20 anos de prisão foi a condenação do iraniano imposta pela Justiça Federal. O julgamento ocorreu em outubro, sob forte esquema de segurança da Polícia Federal
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
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