Condenado por chacina de portugueses, Militão poderá cursar Geografia na UFC

Eduardo Buchholz

Mais de 11 anos após ordenar a morte e participar a execução de seis portugueses na Praia do Futuro, o também português Luiz Miguel Militão Guerreiro teve, nesta quinta-feira (20), o pedido para sair da reclusão para cursar Geografia na Universidade Federal do Ceará (UFC) deferido pelo juiz Luiz Bessa Neto, na 1º Vara de Execução Penal, em Fortaleza/CE.

Com a decisão, Militão contará com uma forte escolta composta por dez homens da Polícia Militar (PM), sendo um oficial, e estes, à paisana, deverão se comportar de forma não ostensiva para não causar constrangimento ao local nem para a integridade física e moral do assassino.

O crime

Com grande repercussão internacional, o assassinato ocorreu no dia 12 de agosto de 2001, na barraca Vela Latina, na Praia do Futuro. Militão havia convidado os compatriotas António Correia Rodrigues, Vitor Manuel Martins, Joaquim Silva Mendes, Manuel Joaquim Barros, Joaquim Fernandes Martins e Joaquim Manuel Pestana da Costa para visitar a Capital, logo que desembarcaram, o grupo abriu mão dos serviços da agência de turismo e, ainda com as malas, foi até o estabelecimento praiano acompanhado de Militão.

No local, o grupo bebeu enquanto esperavam supostas garotas de programa. Quando os turistas começaram a mostrar insatisfação e agitação com a demora das prostitutas, um assalto foi simulado e os seis portugueses, juntamente com Luiz Miguel, foram feitos reféns em um compartimento da barraca.

Logo, Militão foi libertado e começou a verificar se a senha dos cartões de crédito batiam com o que as vítimas informavam.

De um em um, após verificarem a vericidade dos dados bancários, os portugueses foram agredidos e levaram pauladas na cabeça, sendo, em seguida, enterrados vivos e colocado cimento nobre a cova.

Prisão

Luiz Miguel Militão Guerreiro foi preso no dia 23 de agosto do mesmo ano, após a Polícia Federal (PF) revelar que R$ 46 mil tinham sido sacados das contas dos empresários. Com os fatos, Militão assumiu o crime e entregou os comparsas.

No dia 21 de fevereiro de 2002, Luiz Miguel foi julgado e condenado a 150 anos de prisão em regime fechado.