Repórter é agredido ao cobrir suposto evento político no Ceará
Candidato do PT afirma ser vítima de adversários políticos.
Diana VasconcelosDo G1 CE
O coordenador de campanha de Ilário Marques (PT) - candidato a prefeito de Quixadá, Jackson Cabral, foi preso por agredir um repórter durante a cobertura de um suposto evento político em uma escola pública, na noite do domingo (16). O repórter do Sistema Monólitos Wal Alencar registrou queixa contra a agressão na Delegacia Regional de Quixadá.
De acordo com a Polícia Civil, ele ficou ferido e recebeu pontos abaixo do olho direito e na orelha. A lesão foi considerada grave pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML).
A agressão ao repórter de 28 anos de idade foi filmada pelas câmeras do canal virtual em que ele trabalha e postado no Youtube. As imagens mostram o repórter gravando quando o agressor chega e dá um soco no rosto da rapaz. O coordenador foi liberado na tarde de segunda-feira (17), após pagamento de fiança de R$ 15 mil, segundo a polícia.
Wal Alencar disse ao G1 que foi chamado ao local após receber uma denúncia de que o candidato fazia um evento político dentro de uma escola municipal. “Os moradores disseram que era um evento político”, afirmou. Ele disse ainda que, após iniciar as gravações do outro lado da rua onde fica a escola, foi surpreendido pela agressão do militante. “Ele recebeu voz de prisão. Eu fui à delegacia e recebi a guia do IML. A lesão foi considerada grave e estou agora de licença médica”, disse.
Já o candidato Ilário Marques afirmou que estava participando de um aniversário de criança no prédio da escola, acompanhado da esposa e da neta, de três anos. “Estamos tendo uma campanha muito agressiva contra a gente [PT]. Estavam me constrangendo desde a igreja, me intimidando, eu estava na missa [antes do aniversário]”, explicou o candidato, afirmando ainda que existem traficantes envolvidos nas eleições do município.
De acordo com Ilário Marques, opositores souberam que ele e a família estavam no prédio e se reuniram em frente a escola alegando que ele realizava um encontro político no local, o que por lei não é permitido. Segundo ele, tentaram invadir, mas foram impedidos pelo porteiro que chamou a polícia. Enquanto esperavam a chegada dos policiais, militantes do PT foram informados do que acontecia e foram ajudar o candidato. “Eles fizeram um cordão ao meu redor para me proteger quando tentei sair”, disse o petista.
Ainda segundo o petista, foi neste momento que o blogueiro apareceu “insuflando as pessoas”. “Ele é da campanha opositora, a empresa [em que ele trabalha] banca a campanha [da oposição]. Ele chegou com um carro cheio de adesivos [do outro candidato], estão sempre atrás de nós”, conta Marques. Nesse momento, um dos coordenadores da campanha de Marques se irritou coma presença do blogueiro e o agrediu. “Não sei nem o que aconteceu direito. Se agrediu ou não agrediu, só quero dizer que sou contra agressão”, destacou.
O G1 tentou entrar em contato com Jackson Cabral, mas o coordenador não atendeu nem retornou as ligações, até 13h desta terça-feira (18).
Comentários