Quando o assalto terminou, o clima era de alívio entre funcionários do posto, policiais e reféns. 

O assalto a um posto de combustível, no começo da noite de ontem, resultou em cerco policial e numa negociação que durou 45 minutos até que o assaltante decidisse se entregar à Polícia após liberar quatro reféns. Durante todo esse tempo, as vítimas tiveram um revólver apontado para a cabeça. O assaltante ainda atirou duas vezes contra a PM antes da rendição.

O fato ocorreu por volta de 19 horas, quando a loja de conveniência do Posto Petrobras, situado na Avenida Luciano Carneiro, ao lado do Quartel do 23º Batalhão de Caçadores, no Planalto Rodoviário, foi invadida por um único assaltante armado. Dois funcionários do estabelecimento (um frentista e a caixa da loja) e dois clientes, entre eles um turista argentino, foram dominados pelo bandido.

Rapidamente, o posto foi cercado pela Polícia Militar. A patrulha do Ronda do Quarteirão de prefixo RD-1133, comandada pelo soldado Everardo, foi a primeira a chegar ao local. "Ele percebeu nossa chegada e manteve a arma na cabeça dos reféns", contou o militar.

Tiro 

Logo, outras viaturas do Ronda do Quarteirão e do Batalhão de Rondas de Ação Intensiva e Ostensiva (BPRaio), sob o comando do tenente Oliveira Júnior, fizeram a contenção do local, impedindo que o suspeito fugisse.

Wladison Diego Monteiro da Silva se rendeu aos policiais do Gate depois de ter exigido as chaves de uma viatura da PM para tentar escapar do cerco no local

Acuado dentro da loja de conveniência, o assaltante disparou o primeiro tiro em direção ao sargento Vieira, do Ronda. Foi então, solicitada a presença do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), para estabelecer uma negociação com o bandido ou, se fosse necessária, realizar a invasão tática de resgate.

O bandido, porém, adotou uma estratégia ainda mais violenta. Detonou mais tiros, estilhaçando as portas de vidro da loja de conveniência, e exigindo que a Polícia lhe entregasse as chaves de uma viatura para que pudesse fugir com um refém. Nesse momento, ele saiu da loja com os reféns e seguiu em direção à parte de trás do posto, onde funciona o lava-jato. O local é escuro e poderia beneficiá-lo.

Com a chegada de duas unidades do Gate, sob o comando do cabo Feijó, foi iniciada a negociação. Percebendo que não teria como fugir, o assaltante mudou de tática e ameaçou executar um dos reféns e depois se matar, caso a Polícia se aproximasse.

Rendição

Depois de 45 minutos de tensão, tiros e ameaças de morte, os PMs do Gate convenceram o bandido a se entregar. Ele, então, entregou a arma que usava, um revólver de calibre 38, com numeração raspada, quatro balas intactas e duas deflagradas.

O fim do sequestro aconteceu depois que os reféns conseguiram sair da loja em meio aos vidros quebrados e as prateleiras reviradas. Em seguida, o assaltante foi levado numa viatura do Gate para o plantão do 34º DP (Centro), onde ele foi identificado como Wladison Diego Monteiro da Silva, 18. A Polícia apreendeu ainda em poder do bandido uma moto de placa NQM-6246 (CE) que ele usou para chegar ao posto.

Nenhum dos reféns ficou ferido, mas todos estavam visivelmente abalados. Já o assaltante capturado aparentava estar sob o efeito de drogas.

FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA