Cerca de 500 armas de fogo já foram apreendidas, neste ano, pelos policiais militares que compõem a tropa do mais novo batalhão da Polícia Militar do Estado do Ceará, o Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BpRaio). Somente no mês de julho, foram 77 armas, entre revólveres, pistolas e até carabinas e fuzis encontrados pelos combatentes do Raio nas mãos de bandidos nas ruas de Fortaleza e sua região metropolitana.
Segundo o comandante daquela unidade de elite da PM cearense, major Márcio Oliveira, alguns bairros da Capital ainda não estão sendo contemplados com a ação ostensiva e repressiva do BpRaio. "Temos alguns claros, mas acreditamos que, com a preparação de outras equipes e a chegada de novas motocicletas, estes claros serão preenchidos e teremos uma presença em, praticamente, toda a cidade", assegura o oficial.
Patrulhamento
Atualmente, são 30 equipes do BpRaio percorrendo as ruas da Grande Fortaleza (10 de dia e 20 à noite). As ações de combate ao crime se estendem, principalmente, por Fortaleza, Caucaia, Eusébio, Pacatuba, Aquiraz e Maracanaú, onde os índices de violência ainda preocupam por conta do alto patamar de homicídios, além do tráfico de drogas.
No trabalho diário de abordagem a veículos suspeitos, principalmente aqueles de duas rodas (motocicletas, motonetas e bicicletas), os homens do BpRaio têm conseguido também apreender drogas como maconha e cocaína. No mês passado, os militares também fizeram a apreensão de uma grande quantidade de artefatos que seriam, supostamente, pertencentes a uma quadrilha que planejava atacar agências bancárias na Grande Fortaleza e explodir caixas eletrônicos.
A operação aconteceu durante uma ação de patrulhamento da equipe Raio no bairro Bom Jardim, no ´Território da Paz´ (zona Sul de Fortaleza).
Os militares fizeram uma ´perseguição tática´ a um carro suspeito e acabaram prendendo dois homens. Com eles, foram encontradas bisnagas com emulsão explosiva, equivalente a bananas de dinamite.
Além disso, havia também armas de fogo, munição, e até alimentos e remédios que o grupo criminoso havia comprado para permanecer dias a fio em matagais caso houvesse cerco policial durante os ataques planejados contra agências do Interior.
Conforme o major Márcio Oliveira, um curso de preparação para novos integrantes do Raio está sendo realizado. São 24 policiais de outras unidades operacionais da PM, como dos batalhões de Policiamento Comunitário (BPCom/Ronda do Quarteirão) e de Policiamento Turístico (BPTUr), além do POG (Policiamento Ostensivo Geral), que se inscreveram para o curso. O treinamento tem caráter eliminatório. Os que são aprovados ficam no aguardo para serem convocados a compor as fileiras do BpRaio.
A disciplina e a extrema preparação operacional (350 horas/aulas) são as marcas do batalhão Raio. "O tiro é o último recurso que o policial deve utilizar. Técnicas de perseguição e de abordagem são as ferramentas eficazes para o policiamento motorizado com duas rodas", diz o major.
De um pequeno grupo criado em 2005, o Raio hoje foi transformado em um batalhão que conta, atualmente, com cerca de 200 homens. As equipes são compostas por quatro PMs em três motocicletas. Um deles utiliza uma carabina, arma longa, que impõe um efeito psicológico importante na hora da abordagem.
PROTAGONISTA
Oficial comanda a unidade que ele criou em 2004
O major PM Francisco Márcio Oliveira foi o criador do grupo Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas o conhecido Raio. De Goiânia, onde participou de um curso de especialização em motopatrulhamento, ele trouxe a ideia de formar um grupo de PMs para atuar no policiamento em duas rodas no combate ao crime. De início, era apenas uma patrulha. Logo, a eficiência levou o Comando da Polícia Militar a ampliar o efetivo. Hoje, já são 30 patrulhas em operação diariamente na Grande Fortaleza. Um exemplo de eficiência há 8 anos
EDITOR DE POLÍCIA
FERNANDO RIBEIRO
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